sexta-feira, 26 de setembro de 2008

VIDA E COSTUMES BIBLICOS E DIFICULDADES BIBLICAS

Vida e costumes dos povos bíblicos

A vida, com seus usos, leis e costumes, difere de povo para povo, isso modernamente. Imagine-se como não estão distantes os costumes antigos orientais tão citados na Bíblia! Esses fatos, quando não compreendidos hoje, são tidos como aberrações. A Bíblia cita inúmeras leis, precei­tos, coisas e costumes do modo de viver oriental, que se o estudante desconhecer suas causas, razões, e modo de ser, não compreenderá muita coisa da revelação divina, já que tais fatos estão entretecidos no corpo do relato bíblico. Quem quer que se ocupe da leitura e estudo do Santo Livro estará sempre se deparando com essa dificuldade.
Vamos destacar alguns casos dos acima mencionados, e estudá-los resumidamente, já que um elementar curso de Introdução Bíblica não comporta o exame demorado da matéria em questão.
1. Gênesis 24.2; 47.29-31
O juramento com a mão sob a coxa. Significava então submissão, obediência irrestrita. Por isso Deus tocou a coxa de Jacó! (Gn 32.24-32). Realmente, dali para a frente Jacó tornou-se um homem de Deus. Até seu nome foi mudado!
2. Gênesis 37.34 - Rasgar as vestes
Era demonstração de luto, lamento, tristeza. Há 28 ca­sos na Bíblia. Os sacerdotes não podiam fazer isso (Lv 10.6), mas, o de Mateus 26.5 o fez, sem razão. Esse ato de rasgar as vestes obedecia a uma série de regras.
3. Juizes 5.10 - O cavalgar sobre jumentas brancas Era então costume exclusivo dos reis, juizes e fidalgos. Isso explica a passagem em apreço.
4. Juizes 9.45 - Semeadura de sal
Esse ato significava desolação perpétua sobre o local. Castigo perene.
1. Rute 3.9 - Pôr a aba da capa sobre alguém Significa a proteção.

Aqui tratava-se da lei do levirato, conforme Deuteronômio 25.5-10, portanto nenhuma in­decência havia aqui, como muitos o querem.
6. Salmo 119.83 - Um odre na fumaça
Odres são vasilhas feitas de peles para o transporte de líquidos. Eram postas sobre a fumaça para ficarem en­durecidas pelo calor e fumaça. Isso também fazia au­mentar de resistência a espessura do couro, através do encolhimento. Fala do estado de alma de Davi.
7. Mateus 1.18 - Maria desposada com José
Na linguagem do Antigo Testamento, o termo significa noivos, conforme vemos em Deuteronômio 20.7; 22.23,24. Naqueles tempos, em Israel, o noivado era ato seriíssimo. E de fato o é. Os noivos tinham responsabi­lidade como se fossem casados! Em suma: Em Israel, o noivado era o primeiro ato do casamento. Nessa oca­sião, o noivo entregava à noiva o contrato de casamen­to, ou uma moeda inscrita: "Consagrada a mim."
8. Mateus 25.1-13 - Um casamento oriental
As núpcias duravam 7 ou mais dias. A união definitiva do casal somente tinha lugar no último dia. Nesse dia, o noivo dirigia-se à casa da noiva, à noite, e a conduzia para sua casa. Às vezes, o ato ocorria também de dia. A lua-de-mel durava um ano! (Dt 24.C).
9. Mateus 27.48 - O vinho oferecido a Jesus na cruz Tal praxe era usada então para tornar as vítimas in­sensíveis antes da morte. Jesus recusou. Sofreu a morte em estado de plena consciência.
10. Lucas 5.19- ü teto (eirado) da casa, aberto com tanta facilidade
As casas da Palestina não tinham telhado, e sim eira­do. Isto é, uma espécie de lage, feita de vigas de madei­ra, recobertas de pedra e barro. O eirado recebia trata­mento especial, a fim de recolher águas pluviais, dada a carência de água potável na citada região. Num teto assim, era fácil preparar uma abertura.

1. Lc 10.4 - A ordem de Jesus: "A ninguém saudeis pelo caminho"

Não se tratava de indelicadeza. O tempo que restava para Jesus era pouco, muito pouco, e as saudações orientais tomavam muito tempo, não somente devido à troca de expressões formais, mas também por causa das poses que o corpo assumia. Se os enviados por Je­sus cumprimentassem o povo segundo a maneira da­quela época, Ele não cumpriria sua missão redentora no devido tempo. Ele sempre se referia ao "meu tem-po".
12. Atos 1.12 - O caminho de um sábado
Isto é, o caminho permitido no dia de sábado. Era a distância que ia da extremidade do arraial das tribos, ao tabernáculo, quando no deserto. Essa distância era de 2.000 cúbitos, equivalente a 1.200 metros (Js 3.4).
13. Romanos 12.20 - Brasas sobre a cabeça do inimigo (Pv 25.21,22)
O fato refere-se às leis levíticas de Levítico 16.12, quan­do o sumo sacerdote fazia expiação pelo povo, incluin­do o incensário cheio de brasas. A expiação satisfazia à justiça de Deus, promovendo a reconciliação do ho­mem com Ele.
Os poucos casos aqui citados servem para dar uma idéia do valor que há na compreensão da vida, das leis, e dos usos e costumes antigos, orientais, conforme ve­mos na Bíblia. Há inúmeros casos. Citamos aqui ape­nas alguns como exemplo. Eles estão na revelação divi­na, elucidando muitos de seus aspectos.

Dificuldades da Bíblia

I. CONSIDERAÇÕES PRELIMINARES

1. As dificuldades da Bíblia situam-se no campo da Her­menêutica Sagrada.
2. Hermenêutica é o estudo das leis e princípios de inter­pretação das Sagradas Escrituras, para se chegar ao sentido do texto bíblico.
3. O termo "hermenêutica" significa literalmente "inter­pretar" e deriva do vocábulo grego "Hermes", um dos chamados deuses da antiga mitologia grega, porta-voz dos deuses e protetor dos viajantes. Era o deus do co­mércio e dos comerciantes.
4. O termo grego "Hermes", corresponde ao latino "Mer­cúrio", palavra esta derivada de "merx", mercado, co­mércio, e aparece em Atos 14.12, ligado ao evento ocor­rido em Listra, na Ásia Menor, quando os habitantes dessa cidade, vendo um milagre operado por meio de Paulo, julgaram-no um deus, chamando-o de Mercú­rio.
5. No paganismo romano, Mercúrio era filho de Júpiter, também mencionado em Atos 14.12. Júpiter era chefe dos deuses no Panteão Romano. (Júpiter, corresponde ao falso deus grego, Zeus).
6. Passagens históricas da Bíblia, como Atos 14.12, preci­sam ser encaradas no contexto histórico da sua época.
7. A Bíblia foi tecida no tear da História, e não pode ser realmente compreendida se o leitor ignorar os aconteci­mentos e as circunstâncias que a cercam, como por exemplo, a igreja primitiva e seu lugar no mundo gre-co-romano.

II. REQUISITOS PARA O PROGRESSO NO CONHECI­MENTO DAS SAGRADAS ESCRITURAS

Antes de abordarmos o campo das dificuldades bíbli­cas, vejamos alguns assuntos prioritários que devem prece­der à abordagem de dificuldades bíblicas. Um deles é o dos requisitos para o progresso no conhecimento das Sagradas Escrituras.

O plano de Deus para o cristão é que uma vez salvo prossiga até o pleno conhecimento da verdade (1 Tm 2.4 ARA). A tragédia é que milhões de cristãos estacionam após o primeiro passo na vida cristã, o que infalivelmente resulta no seu nanismo espiritual. Alguns requisitos ou fa­tores de progresso no conhecimento da Palavra de Deus, são os que passamos a considerar. 1.^4 espiritualidade do cristão (1 Co 2.15) É o cultivo da vida espiritual profunda. Essa espiritualidade fundamenta-se num profundo amor à Palavra de Deus (Dt 6.6b). Considerar, aí, o ter­mo afetivo "coração".
2. A operação do Espírito Santo no cristão (Jo 14.26; 16.13)
3. A oração constante do cristão (Tg 1.5)
4. O ministério de ensino de mestres cristãos (Ef 4.11) Deus tem na sua Igreja pessoas com o dom e o ministé­rio de ensinar a sua Palavra.
5. Livros apropriados (2 Tm 4.13) Livros de cultura bíblica e secular.
6. Domínio da língua materna
- Como poderá o leitor entender o sentido bíblico do texto, se não entender antes, o que diz o texto na su? língua materna?
7. Conhecimento das línguas originais da Bíblia.
8. Conhecimento de Hermenêutica Sagrada.

III. REGRAS PARA ELIMINAÇÃO DE DIFICULDADES BÍBLICAS

Este é outro assunto prioritário em relação a dificulda­des da Bíblia. Seguem-se algumas regras simples, postas em prática pelo autor, no estudo da Bíblia, anos a fio.
1. Leitura simples, mas contínua da Bíblia toda
A leitura seguida e completa de toda a Bíblia é a única maneira de conhecermos toda a verdade sobre um as­sunto que se quer conhecer.
- Por que é preciso ler toda a Bíblia, nesse caso? - Por­que a revelação divina através da Bíblia é progressiva. Isto é, nada é dito de uma vez, nem uma vez por todas. Um assunto inicia em Gênesis e termina no Apocalip­se, por exemplo.

2. 0 contexto bíblico. Deve-se considerar sempre o con­texto do que se estiver lendo. Destacar textos bíblicos, isolar idéias, enquadrar num tema geral ensinos de uma só parte da Bíblia, é cair em grave erro.
1) 0 contexto geral da Bíblia. Isto é, a analogia geral da Bíblia é um fato. Noutras palavras: nela não há contradições.
2) 0 contexto imediato da Bíblia. Este pode ser ante­rior ou posterior ao texto que se lê ou estuda.
3) 0 contexto remoto da Bíblia é o que fica a longa dis­tância do texto em consideração, mas que com ele faz liame.
3. Comparar Escritura com Escritura (2 Pe 1.20)
Aqui o estudante precisa ter um prévio e geral conheci­mento geral da Bíblia e dispor, pelo menos, de uma concordância bíblica completa. Isto é, deixar a Bíblia falar por si mesma!
4. Qualificações intelectuais do estudante
5. Qualificações espirituais do estudante Especialmente humildade e piedade.
6. Os sentidos da Escritura
O estudante da Palavra de Deus deve ter sempre em mente durante o estudo, os dois grandes sentidos do texto bíblico:
• O sentido literal do texto.
• O sentido figurado do texto.

IV. O PERIGO DO INTELECTUALISMO

1. O nosso século é caracterizado pela busca incessante do saber por parte de todos, e também pela oferta do sa­ber, considerada a multiplicação e a modernização dos meios de comunicação de massa e instituições de ensi­no. Essa busca e oferta podem ser do saber legítimo ou do falso (1 Tm 6.20).
2. Na área da Bíblia há uma tendência atual do estudan­te de depender primeiramente do seu intelecto, de cur­sos, de saber acumulado, de livros de consulta, sem de­pender primeiramente dos meios divinos, caindo, as­sim, infalivelmente, no modernismo teológico, no ra-cionalismo e no humanismo, no liberalismo teológico.
1. Os livros, escolas e cursos podem ser bons, mas jamais serão substitutos da Bíblia mesma.

4. Devemos, sim, examinar livros, mas não para sermos um mero eco ou reflexo deles. Há divergência entre au­tores de livros, mas na Bíblia, jamais!
Não devemos levar mais tempo com os livros, do que com a própria Bíblia!

V. DIFICULDADES DA BÍBLIA

• Referências a considerar, ao se estudar este assunto (Dt 29.29; SI 145.3; Ez 14.23; Rm 11.33,34; 1 Co 13.12; 2 Pe 3.16).
• Há, é certo, dificuldades na Bíblia, mas não contradi­ções.
Não há nela contradições históricas, nem científicas, nem doutrinárias.
• As dificuldades da Bíblia são todas do lado humano, co­mo: tradução mal feita, estudo superficial, má com­preensão, incapacidade humana, idéias preconcebidas, falsa aplicação do texto, falhas de editoração, interpreta­ção forçada.
• Os inimigos da Bíblia, ou aqueles que a encaram apenas como literatura comum, sustentam haver erros nela, mas é claro que um espírito ceticista, farisaico, precon-ceituoso e orgulhoso, sempre achará falhas na Bíblia, porque dela se aproxima querendo "importar" suas fal­sas idéias, quando a atitude correta, devia ser "expor­tar" as idéias dela.
• Se alguma falha for encontrada na Bíblia, será sempre do lado humano.
Portanto, ao encontrarmos na Bíblia um trecho discre-pante, não pensemos logo que é erro! Saibamos refletir como Agostinho, que disse: "Num caso desses, deve ha­ver erro do copista, ou tradução mal feita do original, ou então sou eu mesmo que não consigo entender!" Passemos agora a considerar as dificuldades da Bíblia

1. DIFICULDADES LINGÜÍSTICAS

a. Línguas originais antigas
Línguas essas que evoluíram tremendamente. As duas principais línguas originais são o hebraico e o grego.
Uma dessas línguas é semítica: o hebraico; outra é helênica: o grego.
b. Linguagem figurada em abundância Isto é um fato comum na Bíblia.
c. Diferentes gêneros literários
Isto, por serem muitos os escritores, como por exem­plo:
Epístola Biografia Poesia História Drama Tragédia
d. Má tradução das línguas originais Isto constitui séria dificuldade.
e. Língua materna do falante
(Alguns exemplos na Bíblia, de dificuldades lingüísti­cas. 1) Gênesis 10.25

"E a Éber nasceram dois filhos: o nome dum foi Pele-que, porquanto em seus dias se repartiu a terra..." Aqui, se trata de repartir no sentido de fissura, separa­ção, divisão.
Há muitos verbos hebraicos que significam dividir, re­partir, havendo pequena diferença entre eles. Dois desses verbos têm significado bem diferente: "cha-lak", dividir, aquinhoar, partilhar. O outro verbo é "palag", dividir fazendo pressão ou força sobre o obje­to a ser dividido. É este o verbo usado em Gênesis 10.25.
Trata-se, pois, aqui, na terra sendo dividida em conti­nentes.
Em Gênesis 1.9, temos a terra formando um só bloco. No mesmo livro, 10.25, temos a terra sendo dividida em continentes. Ainda hoje os continentes continuam se separando, conforme afirma e comprova a ciência.
2) Esdras 4.6
"E sob o reino de Assuero, no princípio do seu reinado, escreveram uma acusação contra os habitantes de Ju-dá e de Jerusalém".
Esse "Assuero" é o mesmo "Xerxes" da História secu­lar.
"Assuero" é vocábulo hebraico; "Xerxes" é vocábulo grego.
3) Isaías 45.1
"Assim diz o Senhor ao seu ungido, a Ciro." Ciro, chamado por Deus de "meu ungido", sendo ele um homem não-crente.
O termo "ungido", em hebraico é "messias". Este ter­mo não se refere apenas a Jesus. Nalgumas passagens, refere-se a reis, profetas, e sacerdotes de Israel. No caso de Ciro, refere-se à sua designação por Deus, para uma missão especial. O termo, nesse caso, nada tem a ver com a santificação ou caráter de Ciro.

4) Isaías 45.7
"Eu formo a luz, e crio as trevas; eu faço a paz e crio o mal; eu, o Senhor faço todas essas coisas". "Mal" aqui, não é mal no sentido moral, mas no senti­do de contratempos.
5) Mateus 12.40-ARC
"Pois, como Jonas esteve três dias e três noites no ven­tre da baleia, assim estará o Filho do homem três dias e três noites no seio da terra".
"Baleia" na ARC, é má tradução. No grego é "ketos", peixe. No hebraico é "daggadol", peixe grande. Ora, todos sabem que baleia não é peixe! A versão ARA traduziu corretamente: "peixe".
6) Mateus 23.35 + 2 Crônicas 24.20
Mateus 23.35 diz que o homem morto no templo foi Zacarias, filho de Baraquias.
2 Crônicas 24.20,21 afirma que o homem morto no templo foi Zacarias, filho de Jeoiada. É que o termo hebraico Jeoiada corresponde ao grego Baraquias. 2. DIFICULDADES GEOGRÁFICAS
a. A Bíblia foi escrita em lugares de três continentes (Europa, Ásia e África), contendo portanto expres­sões, imagens mentais e pensamentos bem diferentes entre si.
b. A Bíblia cita lugares com mais de um nome cada um, como veremos no exemplário adiante.
c. A Bíblia dá um mesmo nome a diversos lugares.
d. A Bíblia trata de lugares que há muito trocaram de nome: (países, cidades, rios, montanhas, mares, etc).
e. Exemplos de dificuldades bíblicas geográficas
1) Diferentes lugares com um mesmo nome: Cesaréia de Filipo, no Norte da Galiléia, cidade inte-riorana.
Cesaréia, porto marítimo, capital política da Palesti­na, nos dias de Jesus, na província da Judéia (Mt 16.13; At 8.40). Antioquia da Síria (At 13.1) Antioquia da Pisídia (At 13.14)
2) Um mesmo lugar com mais de um nome:
Mar da Galiléia
Mar de Genezaré
Mar de Tiberíades
3) Lugares que trocaram de nome:
Pérsia (Irã)
Babilônia (Iraque)
Ilírico (Iugoslávia)
Sevene (Ez 29.10) corresponde à moderna Assuam, no
Egito.

3. DIFICULDADES ANTROPOLÓGICAS

a. Toda dificuldade bíblica é basicamente antropológi­ca.
b. Incapacidade de compreensão da revelação divina.
c. Incompetência do leitor.
d. Ignorância de fatos que esclarecem o assunto.
e. Nanismo espiritual.
f. Exame superficial do texto bíblico.
g. Culturas orientais dos tempos bíblicos, totalmente di­ferentes das nossas ocidentais atuais. São usos e cos­tumes que já não existem, nem mesmo lá no Oriente, quanto mais aqui.
h. Desqualificação do estudante, por incompetência de cultura geral, cultura bíblica, e crítica textual cientí­fica (Hermenêutica).
i. Diferentes personagens com o mesmo nome.
j. Nomes diferentes dados a uma mesma pessoa.
1. Exemplário de dificuldades antropológicas
1) Herodes. Há sete deles na Bíblia. Como diferençá-los.
2) César, o imperador. Há três mencionados no NT. É preciso determinar qual deles é o do texto em trata­mento.
3) Diferentes nomes para uma pessoa:
Jetro, o sogro de Moisés aparece na Bíblia com quatro antropônimos:
• Jetro (Êx 3.1)
• Reuel (Êx 2.18)
• Raguel (Nm 10.29) (FIG)
• Hobabe (Jz 4.11)
(Não confundir com Hobabe, filho do próprio Jetro, Nm 10.29).
O rei Jeoiaquim, de Judá, aparece com três nomes:
• Jeoiaquim (2 Rs 23.36 ARC) (Jeoaquim, ARA)
• Jeconias (1 Cr 3.16,17)
• Conias (Jr 22.24 ARC)

4) Dificuldades de compreensão.
Êxodo 29.37 - "...e o altar será santíssimo: tudo o que tocar o altar será santo".
O sentido é que tudo o que tocar o altar deverá santifi-car-se antes disso. Mateus 18.18; 16.19
"Tudo o que ligares na terra será ligado nos céus, e tudo o que desligares na terra será desligado nos céus". O sentido, é que, aquilo que a Igreja desligar ou ligar aqui na terra, deverá ser o que já foi desligado ou liga­do nos céus. Os modismos do grego, em tais casos, são de difícil tradução para as línguas neolatinas. Outro caso: 1 João 3.9. Temos aí o presente infinitivo ativo, no grego, de difícil precisão em português a não ser que se adote paráfrase.
5) Contexto histórico:
Por exemplo: Filipenses 3.20: "a nossa cidade está nos céus".
"Nossa cidade" significa nossa cidadania. O leitor precisa conhecer o sentido especial de "cida­de" entre os romanos, naquela parte do mundo, e co­nhecer a história de Filipos, para entender de fato es­ses versículos.

4. DIFICULDADES CRONOLÓGICAS

a. A Bíblia, quando menciona datas, fá-lo com base em eventos importantes, mas particulares. Os escritores da Bíblia não dispunham de um sistema de datas, como os temos no mundo ocidental. Daí, toda cronolo­gia bíblica ser incerta.
b. Dificuldades nas eras. As eras atuais entraram em uso há pouco tempo, em comparação com a extensão da história bíblica. A Era Grega vem de 776 a.C. (data da primeira Olimpíada); a Era Romana vem de 753 a.C. (data da fundação de Roma); a Era Maometana vem de 662 d.C. (data em que Maomé fugiu de Me­ca); a Era Cristã vem de 5 a.C. (data do nascimento de Cristo), etc.
Essa pluralidade de eras choca o leitor comum ou lei­go, que só tem noções do nosso calendário...
c. Dificuldades no texto bíblico. Há, especialmente no período dos juizes de Israel, no período do reino dividi­do, e no dos profetas, muitos períodos coincidentes em parte, reinados associados, intervalos de anarquia política, frações de anos tomadas por anos inteiros, parte tomada pelo todo, e arredondamento de núme­ros.
d. O erro do nosso calendário. O nosso próprio calendá­rio (chamado Calendário Gregoriano) está atrasado em quase 5 anos devido a um erro de cálculo de Dioní-sio, o monge que o organizou.
É ainda digno de nota que, em 1582 d.C, o Papa Gre-gório XIII alterou o calendário cristão, aumentando-lhe 10 dias, para corrigir uma diferença de minutos que se vinha acumulando desde o ano 46 a.C, quando César reformou o calendário de então.
e. O dia civil. Entre os judeus era contado de um pôr-do-sol a outro. Entre os romanos ia de uma meia-noite a outra. O evangelista João emprega o calendário roma­no, de modo que parece haver choque de horário nos eventos da paixão de Cristo, entre ele e os demais evangelistas, mas não há.
f. O ano. O ano judeu era lunar, causando desencontro entre ele e as estações agrícolas. Para corrigir isto, os judeus tinham, cada três anos, um ano com 13 meses. Isto forçou os israelitas a adotarem o ano do ciclo so­lar, mais tarde.
g. A Bíblia foi escrita num extenso período de 16 séculos. Isto implica uma evidente dificuldade cronológica.
h. Exemplos de dificuldades cronológicas da Bíblia 1) Gênesis 15.13 e Êxodo 12.40
Gênesis 15.13 afirma que a peregrinação de Israel se­ria de 400 anos em terra estranha. Êxodo 12.40 e Gálatas 3.17 falam de 430 anos. Gênesis 15.13 trata, sem dúvida, de arredondamento de números, porque o somatório dos dados fornecidos pelo livro de Gênesis perfaz 430 anos, a saber: • 75? ano de Abraão (Gn 12.14), o nascimento de Isa-que, quando Abraão tinha 100 anos (Gn 21.5) 25 anos
• Do nascimento de Isaque (Gn 21.5) ao nascimento de Jacó (Gn 25.26)... 60 anos
• Do nascimento de Jacó (Gn 25.26), à sua morte (Gn 47.28)... 147 anos
• Da morte de Jacó (Gn 47.28) à morte de José (Gn 37.2 + Gn 41.46 + Gn 47.28 + Gn 50.22)... 54 anos
• Da morte de José (Gn 50.22) ao Êxodo dos israelitas
(Êxodo 12.17)............................................... 144 anos
1. Gênesis 2.2,3 - .......................................430 anos

Os seis dias da criação adâmica, foram ou não dias de 24 horas?
Foram dias de 24 horas. É somente comparar Gênesis 2.2,3 com Êxodo 20.11 e 31.17, com o devido cuidado, e isenção de preconceitos.

5. DIFICULDADES IMAGINÁRIAS E PRECONCEITUOSAS

Essas dificuldades advêm do nosso modo humano de pensar, de julgar, e de ver as coisas, e, nessa situação, queremos interpretar a revelação divina, a. Exemplos de dificuldades imaginárias e preconceituo-sas
1) Gênesis 6.2
"Viram os filhos de Deus que as filhas dos homens eram formosas, e tomaram para si mulheres de todas as que escolheram".
Um estudo acurado dos textos bíblicos pertinentes mostrará que "filhos de Deus" eram os descendentes da linhagem piedosa de Sete, e que as "filhas dos ho­mens" eram as descendentes da linhagem ímpia cai-nita. (Ver Deuteronômio 14.1; Mateus 22.30.) Os "filhos de Deus" não poderiam jamais ser anjos de­caídos, porque estando eles decaídos, jamais pode­riam ser chamados "filhos de Deus". Por outro lado, anjos não se casam, porque pertencem a outra esfera de vida, posição e trabalho. (Ver Mateus 22.30.)
2) João 20.12 e Marcos 16.5
João 20.12 fala de dois anjos na manhã da ressurreição de Jesus. Marcos 16.5 fala de um anjo. Não há aqui qualquer dificuldade, porque onde há dois, há um.
3) Atos 20.35 - Aqui há menção de palavras de Jesus, que não são encontradas nos Evangelhos. Não há qualquer dificuldade aqui. Muitas palavras que Jesus falou não foram registradas. Com inúmeros milagres, ocorreu a mesma coisa (Jo 21.25).
4) Romanos 4.3 com Tiago 2.21: Abraão justificado pela fé e pelas obras ao mesmo tempo. - Como? Pela fé, diante de Deus, porque Deus vê fé, e não obras, para a salvação. Pelas obras, diante dos homens, por­que o homem vê obras, mudança de vida, e não fé.

6. APARENTES CONTRADIÇÕES São aparentes contradições, apenas. Exemplos:

a. Gênesis 46.27 e Atos 7.14
Gênesis 46.27 afirma que todos os descendentes de Ja-có que foram ao Egito, somaram 70 pessoas.
Atos 7.14 afirma que eram 75 pessoas. A casa de Jacó era de 70 pessoas (Êx 1.5). A esse nú­mero precisamos somar 5 netos de José (que já esta­vam no Egito).
Dois eram filhos de Manasses: Maquir e Gileade (Nm 26.29).
Três eram filhos de Efraim: Sutela, Bequer, Taã (Nm 26.35).
b. Números 25.9 e 1 Coríntios 10.8
Aqui se trata de um juízo divino que ceifou milhares de israelitas.
1 Coríntios 10.8 afirma que morreram 23.000 pessoas. Números 25.9 fala de todos os que morreram daquela praga - 24.000
c. 1 Reis 8.12 versus 1 João 1.5
1 Reis 8.12 declara: "O Senhor disse que habitaria nas trevas".
1 João 1.5 declara que "Deus é luz, e não há nele treva nenhuma".
1 Reis 8.12 fala de trevas no sentido de inescrutabilidade, mistério, infinitude.
1 João 1.5 fala de trevas no sentido moral.
d. 1 João 2.15 e João 3.16
1 João 2.15. (gr "kosmos") Aqui a Bíblia adverte: "Não ameis o mundo nem o que no mundo há. Se al­guém ama o mundo o amor do Pai não está nele". João 3.16. (gr "kosmos") Aqui a Bíblia afirma que "Deus amou o mundo".
1 João 2.15 fala de "mundo" como um sistema de vi­da, sob a influência diabólica.
João 3.16 fala do "mundo" no sentido de "humanida­de".
e. Ezequiel 20.25
Aqui se nos diz que Deus deu a Israel estatutos que não eram bons.
O sentido é que Deus permitiu que os captores de Is­rael, durante o cativeiro baixassem leis para Israel que não eram boas para eles. Essas leis não eram a lei de Jeová, como a vemos na Bíblia.
f. Mateus 27.9
Aqui está escrito: "Então se realizou o que vaticinara o profeta Jeremias: Tomaram as trinta moedas de pra­ta, preço do que foi avaliado, preço que certos filhos de Israel avaliaram".

Ocorre que a profecia acima, encontra-se em Zacarias 11.12,13 e não em Jeremias.
Certamente Jeremias profetizou, e Zacarias escreveu. Ou então Zacarias recebeu profecia idêntica.

7. DIFICULDADES REAIS DA PRÓPRIA ESCRITURA

a. Lucas 16.9. Esta é de fato uma dificuldade bíblica, que, pelo menos o autor não sabe explicar. A leitura em grego leva para a forma interrogativa. Tsso pode ajudar a resolver a dificuldade.
b. 2 Tessalonicenses 2.6-8. - Quem, nesta passagem, é o elemento inibidor, repressor, quanto à manifestação aberta do Anticristo aqui no mundo?
- Se consultarmos Gênesis 19, concluiremos que esse elemento é a Igreja do Deus vivo, habitada pelo Espí­rito Santo.
Os anjos executores do juízo sobre as cidades da cam­pina nada puderam fazer enquanto Ló, o justo, não saiu de Sodoma.

De igual modo, o juízo do Dilúvio só ocorreu após Enoque ter saído deste mundo. O mesmo acontece agora, enquanto a Igreja do Deus vivo, habitada pelo Espírito Santo, permanecer na terra.
c. 1 Pedro 3.18,19
Texto realmente difícil!
'"Pregou", no v.18, é "kerusso", proclamar, anunciar (como em Ef 2.17).
A passagem, sem dúvida está ligada a Atos 2.31 e Efésios 4.8,9.

8. DIFICULDADES CIENTÍFICAS DA BÍBLIA

A Bíblia não é um manual de ciência, mas o manual da salvação.
Quando ela aborda fatos científicos, fá-lo não na lingua­gem técnica, especializada da ciência, mas na lingua­gem do povo comum. Isto, tem se constituído numa das dificuldades da Bíblia.
a. A esfericidade da Terra (Is 40.22)
b. As estrelas são incontáveis (Jr 33.22)
c. O movimento sistemático do sol (SI 19.5)
d. O Universo envelhecendo (SI 102.25-27)
e. Fogo na crosta interior da terra (Jó 28.5)
f. O frio vem do Norte (Jó 37.9)
g. A luz tem "caminho", não "morada"permanente (Jó 38.19).
h. A terra suspensa no espaço (Jó 26.7)
i. O ar tem peso (Jó 28.25)
j. Os elementos físicos do Cosmos são mais antigos do que os biológicos (Gn 1.1,24) 1. O vento vem do Sul (Ec 1.6)

9. DECLARAÇÕES E ENSINOS SOBRE DEUS, EX­PRESSOS EM LINGUAGEM HUMANA

São os antropomorfismos e os antropopatismos, tão co­muns na Escritura.
Um caso de antropopatismo: 1 Samuel 15.11 versus 1 Samuel 15.29 - (Deus "arrepender-se").

10. DECLARAÇÕES E ENSINOS DA BÍBLIA, SOBRE O CÉU E A VIDA FUTURA, EXPRESSOS EM LIN­GUAGEM HUMANA

É o caso das visões das coisas celestiais de Ezequiel, como temos no capítulo 1 do seu livro (os desconhecidos seres viventes).
É também o caso das visões de João, o apóstolo, descri­tas no livro de Apocalipse, quando João procura compa­rar as coisas celestiais com as terrenas, para poder ex­pressar-se sobre o que viu no Céu.
11. DECLARAÇÕES E ENSINOS CALCADOS NO MUNDO FÍSICO, PORÉM, EM REFERÊNCIA AO MUNDO ESPIRITUAL Tanto o Antigo, como o Novo Testamento se enquadram aqui.
12. FATOS ABORDADOS E TRATADOS PELA BÍBLIA, QUE SÓ SERÃO CONHECIDOS NO FUTURO
E evidente que isto constitui uma dificuldade.


INTERESSANTE

GEOGRAFIA BIBLICA

Geografia bíblica
Somente pontos ca­pitais serão focalizados. Parte do assunto já foi apresenta­da nos capítulos VI e VII que acabamos de estudar.
1. Importância da Geografia Bíblica
a. É o palco terreno e humano da revelação divina.
b. Ela dá cor, localiza, situa, fixa e documenta os rela­tos sagrados. Torna os acontecimentos históricos mais vividos e as profecias mais expressivas. O ensi­no torna-se mais objetivo quando podemos situar os locais onde os fatos se desenrolaram.
c. Sob qualquer aspecto, a geografia das nações circun-vizinhas da Palestina fornece muitos esclarecimen­tos a respeito das Santas Escrituras e suas doutrinas. Geografia, História e Arqueologia Bíblica são assun­tos interligados. Sua compreensão muito auxilia o estudante.
d. As nações vêm de Deus, logo o estudo do assunto à luz da Bíblia é profícuo sob todos os pontos de vista (Dt 32.8; At 17.26). Quando Cristo aqui reinar, as nações continuarão, mas muitas serão destruídas. Porém, o certo é que Cristo reinará sobre nações (SI 2.8; 72.11; 138.4; Dn 7.14; Mq 4.3, etc.)
2. Fontes da matéria (Geografia Bíblica)
a. A Bíblia
A Bíblia faz menção de inúmeros lugares, acidentes geográficos, povos, nações, cidades. É evidente que isto merece um cuidadoso estudo. Há capítulos da Bíblia ocupados quase inteiramente com o assunto (Gn cap. 10; Js caps. 15 e 21; Nm cap. 33; Ez caps. 45-47; Ap caps. 21 e 22 etc.) Somente de cidades da Pa­lestina há menção de cerca de 600.
b. A História Geral é uma grande fonte, quando de boa procedência.
c. A Arqueologia. A Arqueologia bíblica teve seu começo em 1811, com o inglês Claude James Rich.
d. A Cartografia. É ciência antiguíssima. (Ver Ezequiel 4.1.)
3. O mundo bíblico
O mundo bíblico situa-se no atual Oriente Médio e ter­ras do contorno do mar Mediterrâneo. O berço da raça humana é a Mesopotâmia, isto é, as planícies entre os rios Tigre e Eufrates. Daí partiram as primitivas civili­zações. Após a dispersão das raças (Gn caps. 10 e 11), Sem povoou o sudoeste da Ásia; Cão povoou a África, e Canaã, a península arábica; Jafé, a Europa e parte da Ásia. A divisão da Terra em continentes estaria mencio­nada em Gênesis 10.25b. Limites do Mundo Bíblico
1) Norte: Da Espanha ao mar Cáspio
2) Leste: Do mar Cáspio ao mar Arábico (Oceano Indi­co)
3) Sul: Do mar Arábico à Líbia
4) Oeste: Da Líbia à Espanha Regiões, áreas e países do mundo bíblico
Citaremos apenas 17 países
1) Mesopotâmia. Berço da humanidade. Éden adâmico
• Babilônia (país e capital) Caldéia, Sinear, Súmer. É o Sul da Mesopotâmia.
• Assíria. É o Norte da Mesopotâmia. Capital: Níni-ve.
2) Arábia. Capital: Petra. Vai da foz do Nilo ao golfo Pérsico. Peregrinação de Israel. Ofir, a terra do ouro.
3) Pérsia. (Hoje Irã). Capitais: Susa, Persépolis, Parsá-gada, Ecbátana. 0 livro de Ester. Parte do livro de Daniel.
4) Elam. (Hoje incorporado ao Irã). Capital: Susã (Gn cap. 14.1; At 2.9).
5) Média. Norte do Elam. Capital: Hamadã (entre os gregos Ecbátana).
6) Armênia ou Arará
7) Síria ou Arã. Capital: Damasco. Seu território não é o mesmo da Síria moderna (At 11.26).
8) Fenícia (Hoje Líbano, em parte). Cidades: Tiro e Si-dom. Navegantes famosos. Primitivos exploradores. Fundaram Cartago no Norte da África.
1. Egito, é o país mais citado da Bíblia, depois da Pa­lestina. Seu nome é em hebraico Mizraim (Gn 10.6).

Teve várias capitais nos tempos bíblicos. Seu futuro está predito na profecia bíblica, como por exemplo: Ezequiel 29.15. Situa-se no Norte da África.
10) Etiópia. Ao sul do Egito. Conforme Gênesis 2.13, ha­via outra Etiópia na região norte da Mesopotâmia, a chamada "terra de Cush" (heb). A profecia a respei­to da Etiópia no Salmo 68.31 teve cumprimento a partir de Atos 8.26-39. É um país de base cristã até hoje. A Etiópia da Bíblia compreende modernamen­te a Abissínia e a Somália.
11) Líbia. Extensa região da África do Norte. Simão, que ajudou Jesus a levar a cruz, era natural de Cire-ne - cidade da Líbia (Mt 27.32). Igualmente, no Dia de Pentecoste havia cireneus em Jerusalém (At 2.10).
12) Ásia (At 6.9; 27.2; 1 Pe 1.1; Ap 1.4,11). Não era o que hoje conhecemos como o continente asiático. Era uma província romana situada na parte ocidental da Ásia Menor, tendo Éfeso como sua capital. Toda a região da Ásia e Ásia Menor compreende hoje o terri­tório da Turquia.
13) Grécia ou Hélade (At 20.2). A Grécia antiga era co­nhecida pelo nome de Acaia (At 18.12), nome deriva­do dos Aqueus - povo primitivo que a habitou.
14) Macedônia (At 19.21). Fica ao norte da Grécia. A an­tiga Macedônia é hoje parte do território de vários países, a saber: Norte da Grécia, Sul da Bulgária, Iu­goslávia, e parte da Turquia. O ministério do apósto­lo Paulo ocorreu na Ásia Menor, Grécia e Macedô­nia, principalmente. A capital da então Macedônia chamava-se Pella.
15) Ilírico (Rm 15.19). Região européia onde Paulo mi­nistrou a Palavra de Deus. É hoje a Albânia e parte da Iugoslávia. A Iugoslávia mesma é a antiga Dal-mácia de 2 Timóteo 4.10
16) Itália (At 27.1; Hb 13.24). País banhado pelo Medi­terrâneo, situado ao sul da Europa. Em Roma sua capital, foi fundado um diminuto reino em 753 a.C., que mais tarde viria a ser senhor absoluto do mundo. Para a Itália, Paulo viajou e pregou o Evangelho, mesmo como prisioneiro.
17) Espanha (Rm 15.24,28). Paulo manifestou o propósi­to de viajar à Espanha. Segundo os estudiosos da Bíblia, a cidade de Tarsis, mencionada em Jonas 1.3; 4.2, ficava ao sul da Espanha. Era, no tempo de Jonas, o extremo do mundo conhecido do povo co­mum. Foi a Espanha grande perseguidora dos cris­tãos durante a Idade Média, especialmente através dos tribunais da sinistra Inquisição.
Mares do mundo Bíblico
Citaremos por ora apenas cinco deles. Outros serão tra­tados quando abordarmos a Palestina
1) Mar Vermelho (Êx 10.19; 15.4; SI 136.15). Mar origi­nado no Oceano Indico ou mar Arábico. Em sua parte Norte, fica o golfo de Acaba, à direita; e o de Suez, à esquerda. Neste último ocorreu o estupendo milagre da passagem dos israelitas após saírem do Egito, quando o mar fendeu-se (Êx 14.22).
2) Mar Adriático (At 27.27). Parte do mar Mediterrâneo entre a Itália e a Dalmácia. O nome deriva da cidade italiana de Ádria ao norte do referido país. No tempo de Paulo, o referido mar compreendia área maior que a atual, conforme o relato de Atos capítulo 27.
3) Mar Negro. É conhecido na História por Ponto Euxi-no. Situado no Norte da Ásia Menor. Não é citado na Bíblia. (Ponto em grego é mar.)
4) Mar Cáspio. Conhecido como mar Hircano. Situado ao norte da Pérsia. Não é citado na Bíblia.
5) Mar Egeu. Entre a Província da Ásia (na Ásia Me­nor) e Grécia e Macedônia. Aí ficava a pequena Ilha de Patmos, onde o apóstolo João foi exilado (Ap 1.9).
Montanhas do mundo Bíblico
1) Arará. É uma cordilheira (Gn 8.4). Fica na Armênia. Altitude: 5.000 metros. Nessa cordilheira nascem os rios Tigre e Eufrates.
2) Sinai. O mesmo que Fforebe. No Sul da península do Sinai (Êx 19.2ss; SI 106.19). No monte Sinai, Israel recebeu a Lei e teve lugar o pacto entre Deus e seu po­vo. Ali Deus falara antes com Moisés (Êx 3.1ss).
3) Os Líbanos. São duas cordilheiras ao norte da Palesti­na, não mencionados na Bíblia, mas a denominação vem dos tempos dos gregos, e persiste até o presente. Tem o sentido norte-sul. A do oeste é chamada Líba­no; a do Leste: Antelíbano. Nas encostas desses mon­tes, cresciam os famosos "cedros do Líbano" (1 Rs 5.6; SI 92.12). Esses montes são várias vezes citados nas Escrituras.
4) Hermom. Fica no Sul dos montes Antelíbano, sendo o limite norte da Palestina. Tem outros nomes na Bíblia. Atinge mais de 3.000 metros de altitude. Está sempre coberto de gelo e neve. Pode ser avistado de muito longe devido à sua imponência e alvura (Dt 3.8,9; SI 42.6; 133.3).
5) Seir. Região montanhosa de Edom, ao sul do mar Morto (Gn 14.6; 32.3; 36.8; Js 24.4).
6) Nebo. O mais elevado pico do Monte Pisga, nas mon­tanhas de Abarim (Nm 33.47). Fica a leste da foz do Jordão, na terra de Moabe. Do monte Nebo Moisés avistou a Terra Prometida (Dt 34.1). São dois pontos da mesma serra.
Rios
1) Nilo (Gn 41.1). Foi no seu delta (terra de Gósen) que o povo israelita permaneceu no Egito (Gn 47.6). Foi nas águas deste rio que o pequenino Moisés flutuou (Êx 2.3). É portanto um rio ligado à história do povo esco­lhido.
2) Tigre (Hb. "Hidéquel"). Corre no Oriente da Mesopo-tâmia. Às suas margens ficava a grande cidade de Nínive. Foi às margens deste rio que um anjo apare­ceu a Daniel (Dn 10.4). Banhava a Assíria.
3) Eufrates (Gn 2.14; Ap 16.12). É, às vezes, citado sim­plesmente como "o grande rio". Banhava a cidade de Babilônia. O Tigre e o Eufrates se unem no final de seus cursos. O trecho assim percorrido é chamado Chat-el-Arab. Em tempos remotos, desembocavam separados no Golfo Pérsico (Gn 2.14).
Outros três grandes rios ligados aos povos bíblicos mas não mencionados na Bíblia são o Leontes e o Orontes, na Síria, o Tibre na Itália, banhando a cida­de de Roma.
(Outros rios serão mencionados quando tratarmos da Palestina.) Cidades
1)Ur. Na Caldéia ou Sinar (Gn 11.28). Terra de Abraão. Cidade-reino importantíssima. Elevada ci­vilização. Cultura anterior à do Egito.
2) Nínive. (Gn 10.11; Jn 3.1ss). Capital da Assíria, às margens do Tigre. Grande biblioteca do rei Assurba-nipal.
1. Damasco. (Gn 15.2; At 9.1ss; Gl 1.17). Capital da Síria. É a mais antiga cidade do mundo continua­mente habitada.

4) Mênfis. Mesmo que Nofe (Os 9.6). Capital do Antigo Império do Egito. Época das pirâmides. Tempo de Abraão. 15 km ao sul do Cairo. Para aí fugiram parte dos judeus remanescentes, após a destruição de Je­rusalém por Nabucodonosor (Jr 44.1).
5) Babilônia. O mesmo que Babel (Gn 10.10). Capital do império do mesmo nome. Seus jardins suspensos eram uma das sete maravilhas do mundo antigo. Ci­dade ímpia, vaidosa, orgulhosa. Foi no império babi-lônico que os judeus estiveram exilados por 70 anos (Jr 25.11).
6) Harã. (Gn 11.31). Importante cidade ao norte da Mesopotâmia. Ficava no extremo Norte do reino de Mari. Aí habitou Abraão até a morte de Terá, seu pai, quando, então, reiniciou a jornada para Canaã (At 7.4).
7) Tiro. (2 Sm 6.11; Mt 15.21; At 21.3). Grande porto marítimo da antiga Fenícia. Jesus pregou nessa re­gião (Mc 7.24). Hoje chama-se Sar e pertence ao Líbano. Os tírios foram navegantes e comerciantes famosos.
8) Sidom (Js 19.28; 1 Rs 17.9; Lc 6.17; At 27.3). É mo­dernamente a cidade de Saída, Era também impor­tante cidade da Fenícia. Paulo tinha amigos aí e visi­tou-os quando na viagem para Roma (At 27.3). Per­tence hoje ao Líbano.
9) Atenas (At 17.15; 1 Ts 3.1). Era a capital da Ática -uma das províncias da Grécia. Foi célebre centro de ciência, literatura e artes do mundo antigo. Era no-tadamente idolatra (At 17.16-23).
10) Êfeso (At 18.19; Ef 1.1; Ap 2.1). Era a capital da província da Ásia, na Ásia Menor. Era uma das maiores cidades do Império Romano. Paulo realizou aí um grande trabalho missionário (At 19.8-10).
11) Roma. Cidade da Itália, capital do Império Romano (At 19.21; Rm 1.7; 2 Tm 1.17). Edificada à margem esquerda do rio Tibre. Foi capital política e cultural do mundo por muitos séculos. Aí escreveu Paulo vá­rias de suas epístolas, quando preso.
A Palestina ou Canaã

Agora nos deteremos para estudar com detalhes o país mais importante da Bíblia: a Palestina ou Canaã, moder­namente chamado Israel (se bem que o território do mo­derno Israel não é exatamente o mesmo dos tempos bíbli­cos). Fatos sobre a Palestina
• Prometida por Deus aos hebreus (Gn 15.18; Êx 23.31 e refs.)
• Centro geográfico do mundo, sob o ponto de vista divino (Ez 5.5).
• Melhor terra do mundo (Ez 20.6).
• Os judeus seriam um povo separado das demais nações (Lv 20.24; Nm 23.9; Dt 33.28; Jr 49.31; Mq 7.14).
• Por que Deus elegeu e chamou a nação israelita? (Gn 3.15; Êx 19.6; Dt 7.6; Rm 3.2; 9.4,5)
Nomes pelos quais é conhecida a Palestina
• Canaã (Gn 13.12)
• Terra dos Amorreus (Js 24.8)
• Terra dos Hebreus (Gn 40.15)
• Terra de Israel (1 Sm 13.19; Mt 2.20)
• Terra de Judá, Judéia (Ne 5.14; Is 26.1; Jr 40.12; Jo 3.22)
• Terra do Senhor (Os 9.3)
• Terra da Promessa (Hb 11.9)
• Palestina (Êx 15.14)
• Terra Santa (Zc 2.12)
• Terra Formosa (Dn 8.9)
• Israel (modernamente) Limites da Palestina
• Sul: Arábia (Cades-Barnéia e Ribeiro El-Arish (o "rio do Egito" em Gênesis 15.18).
• Norte: Síria e Fenícia.
• Oeste: mar Mediterrâneo. Na Bíblia: mar Grande
• Leste: Síria e Arábia.
Superfície comparada: Menor que a do nosso Estado de Alagoas. Alagoas tem 27.731 km2 ao passo que Israel atual tem 20.770 km2. No Antigo Testamento seu comprimento era de 250 km (de Dã a Berseba). Largura: cerca de 88 km. Capital. Teve várias capitais, a saber:
• Gilgal (no tempo de Josué)
• Silo (no tempo dos Juizes)
• Gibeá (no tempo de Saul)
• Jerusalém (da época de Davi em diante). Seu primeiro nome foi Salém, depois Jebus, mais tarde Jerusalém.
• Mispd (durante o cativeiro babilônico e por pouco tem­po) (Jr 40.8)
• Cesaréia (Durante o domínio romano).
• Tiberíades. Após a revolta de Bar-Cocheba, em 135 d.C. Detalhes indispensáveis sobre Jerusalém
• Jerusalém foi fundada pelos hititas (Nm 13.29; Ez 16.3). A cidade fica a 21 km a oeste do mar Morto, e 51 km a leste do mar Mediterrâneo. Está edificada sobre um promontório, a 800 m de altitude. A leste da cidade fica o monte das Oliveiras. A oeste e ao sul fica o vale de Hinon (em gr. Gee-na). A cidade nos tempos bíblicos dividia-se em 5 zonas ou bairros.
• Ofel, a sudeste.
• Moriá, a leste.
• Bezeta, ao norte.
• Acra, a noroeste.
• Sião, a sudoeste.
Um vale interno chamado Tiropeon, corre de norte a sul. Muitas de suas portas são mencionadas na Bíblia, mor­mente no livro de Neemias. Outras são citadas no NT, como em João 5.2 e Atos 3.2.
Na distribuição da terra de Canaã, Jerusalém ficou situa­da no território de Benjamim (Js 18.28). Foi conquistada em parte por Judá, mas pertencia de fato a Benjamim (Jz 1.8,21). Sua população tinha povo de Ju­dá e Benjamim (Js 15.63). Não ficava, pois, no território de Judá (Js 15.8).
Saindo do jugo romano, caiu em poder dos árabes em 637 d.C. e, salvo uns 100 anos, durante as Cruzadas, foi sempre cidade muçulmana. Em 1518 os turcos conquistaram-na. Em 1917, os britânicos assumiram o controle quando a Pa­lestina ficou sob o seu mandato por decisão da Liga das Nações. A partir de 1948, passou a ser cidade soberana (o setor novo), porém, na Guerra dos Seis Dias, em 1967, Is­rael a reconquistou das mãos dos árabes, os quais dela ti­nham se apossado na guerra de 1948. Jerusalém será metrópole mundial durante o Milênio, quando estará vestida do seu prometido esplendor (SI 102.16; Is 2.3; Zc 8.22).

Nesse tempo, Israel estará à testa das nações (Dt 28.1,13; 15.6), e desempenhará afinal o papel que Deus lhe reser­vou, conforme lemos em Êxodo 19.6. Divisão política da Palestina
• No Antigo Testamento, foi a Palestina repartida entre as 12 tribos de Israel.
• No NT, a divisão política já foi apresentada no Cap. VI desta matéria.

Mares da Palestina
• Mar Mediterrâneo. É na Bíblia chamado mar Grande, e mar Ocidental.
• Mar Morto. Aparece sob vários nomes no Antigo Testa­mento, como: mar Salgado, (Gn 14.3); mar de Arabá (Dt 3.17), etc.
• Mar da Galiléia. Outros nomes: mar de Quinerete (Nm 34.11), mar de Genesaré (Lc 5.1), e, mar de Tiberíades (Jo 21.1).
Rios da Palestina
• Jordão, que corre no sentido norte sul. Nasce no monte Hermon e deságua no mar Morto.
• Querite. Desemboca no Jordão, margem ocidental. É um "uádi."
• Cedrom. Banha Jerusalém, lado leste. É também um "uádi", isto é, rio temporário.
• Jaboque (Gn 32.22; Js 12.2). É afluente do Jordão, mar­gem oriental.
• Iarmuque. Afluente do Jordão, margem oriental. Não é citado na Bíblia. Deságua ao sul do mar da Galiléia.
• Arnom (Nm 21.13; Js 12.1). Deságua no mar Morto, margem oriental. Era o limite sul da Palestina, frente oriental.
• Quisom (1 Rs 18.40). Deságua no mar Mediterrâneo, perto do monte Carmelo.
Montes da Palestina
• Tabor, na Galiléia. Altitude: 615 metros. (Jz 4.6). A transfiguração de Jesus (Mt 17.1,2) crê-se tenha ocorrido aí.
• Gilboa, em Samaria (1 Sm 31.8; 2 Sm 21.12). Altitude: 543 metros.

• Carmelo, em Samaria (1 Rs 18.20). Seu ponto mais alto é 575 metros. Fica no promontório que forma a baía de Acre, onde se localiza a moderna cidade de Haifa.
• Ebal e Gerizim (dois montes), em Samaria (Dt 11.29; 27.1-13).
• Moriá, em Jerusalém. Ali, Abraão ia sacrificar Isaque (Gn 22.2), e, Salomão construiu o templo de Deus (2 Cr 3.1).
• Sido, em Jerusalém, a sudoeste. Altitude: cerca de 800 metros. O local e o termo "Sião" são usados de modo diverso na Bíblia. Na poesia bíblica, por exemplo, significa toda a cidade de Jerusalém, como no Salmo 133.3. O termo é também aplicado em alusão ao Céu (Hb 12.22; Ap 14.1).
• Monte das Oliveiras, em Jerusalém (Zc 14.4; Mt 24.3; At 1.12). Aí Jesus orou sob grande agonia, na noite em que foi traído (Lc 22.39,44).
• Monte Calvário. (Lc 23.33). Local onde Jesus foi crucifi­cado, e próximo do qual foi sepultado; fica fora dos muros da cidade de Jerusalém na sua parte norte. Era uma eleva­ção à beira de uma estrada. Próximo ao local da crucifica-ção deu-se a ressurreição (Jo 19.41). Aí, em 1885, o General Gordon descobriu um túmulo, cujas pesquisas revelaram nunca ter sido ocupado. Passou à ser tido como o de Cristo.
Clima da Palestina
O tipo de relevo do solo da Palestina resulta numa su­perfície muito variada, com muitas regiões elevadas e mui­tas baixas, originando toda espécie de climas, desde o tro­pical, no Jordão, até o de intenso frio, no Hermom, a 2.815 metros de altitude. A faixa litorânea tem uma temperatu­ra média de 2 graus. No vale do Jordão, a temperatura sobe a 40 graus centígrados. A temperatura média de Jeru­salém é de 22 graus. Em janeiro chega a 4. É devido a essa variedade de climas que a Palestina presta-se a toda espé­cie de cultura. Resumo Histórico da Palestina até o Tempo Presente
1) Conquistada pelos israelitas sob Josué em 1451-1445 a.C.
2) Governada por juizes: 1445-1100 a.C.
3) Monarquia: 1053-933 a.C.
4) Reinos divididos de Judá e Israel: 933-606 a.C.
5) Sob os babilônios: 606-536 a.C.
6) Sob os persas: 536-331 a.C.
7) Sob os gregos: 331-167 a.C.
8) Independente, sob os Macabeus: 167-63 a.C.
9) Sob os romanos: 63 a.C. - 634 d.C.
10) Sob os árabes: 634-1517 d.C. Período das Cruzadas: 1095-1187. (As Cruzadas foram tentativas do cristia­nismo, para libertar a Palestina das mãos dos muçul­manos árabes.)
11) Sob os turcos, como Império Otomano: 1517-1914 d.C. Os turcos também são muçulmanos, apenas têm mais influência oriental.
12) Sob os ingleses (protetorado), por delegação da Liga das Nações: 1922-1948.
13). Em 14.5.1948, foi proclamado o ESTADO DE IS­RAEL, com a estrutura de república democrática. O primeiro governo autônomo judaico em mais de 2.000 anos! De agora em diante cumprir-se-á Amos 9.14,15! Os sete povos cananeus, primitivos habitantes da Palesti­na (Êx 33.2; Dt 7.1; 20.17).
1) Heteus ou Hititas. Um dos três mais poderosos povos do Oriente Médio. Os outros dois foram os egípcios e os mesopotâmios. O núcleo central ficava na Ásia Menor, perto de Ancara. Eram camitas (Gn 10.16).
2) Girgaseus. Eram camitas (Gn 10.16)
3) Amorreus ou Amoritas. Eram camitas (Gn 10.16). Seu reino ficava em Mari, próximo a Mitâni, região de Ha-rã.
4) Cananeus. Eram camitas (Gn 10.16).
5) Pereseus ou Fereseus. (Gn 13.7). Não se sabe a origem. Nada têm com os fariseus do Novo Testamento, que eram um grupo religioso.
6) Heveus ou Horeus (Gn 14.6; Dt 2.12,22). São os huma­nos da História. Eram camitas (Gn 10.17).
7) Jebuseus. Eram camitas (Gn 10.16).
Neles cumpriu-se a profecia de Noé em Gênesis 9.25. A localização das doze tribos de Israel na Palestina
Tribos a leste do Jordão: 3 - Manasses (parte), Gade, Rúben.
Tribos litorâneas: 5 - Aser, Manasses, Efraim, Dã (par­te), Judá.
Tribos centrais: 4 - Naftali, Zebulom, Issacar, Benja­mim.
Tribos dos limites Norte, e Sul: 2 - Dã (parte), Simeão.
(Norte e Sul, respectivamente). Outros aspectos da Geografia Bíblica
O estudante da Bíblia pode por si só estudar inúmeros outros pontos e aspectos da geografia bíblica, tanto no An­tigo como no Novo Testamento, uma vez que o assunto não requer maiores investigações no próprio texto bíblico. Exemplos de assuntos:
1. As cidades visitadas por Jesus. Estão mencionadas nos quatro evangelhos.
2. As viagens missionárias do apóstolo Paulo. Através do relato bíblico podemos acompanhar o apóstolo nessas viagens, vendo as cidades onde o grande missionário tra­balhou e estacionou. (At caps. 13 a 28).
3. As sete igrejas da Ásia (província) mencionadas no Apo­calipse. (Caps. 2 e 3 de Apocalipse). O estudante pode facilmente localizar essas cidades num bom mapa bíbli­co do Mundo Bíblico do Novo Testamento.
Há quatro mapas indispensáveis para um estudante de Geografia Bíblica. Esses 4 mapas o estudante deve, não somente saber interpretá-los, mas também reproduzir seus perfis e generalidades, à mão livre. Esses mapas são:
• O mundo Bíblico do Antigo Testamento.
• O mundo Bíblico do Novo Testamento.
• A Palestina do Antigo Testamento.
• A Palestina do Novo Testamento,
EU NAO SABIA E VOCE?

CRONOLOGIA BIBLICA


I. INTRODUÇÃO À CRONOLOGIA BÍBLICA

A cronologia bíblica é quase toda incerta; aliás, toda a cronologia antiga é incerta. As datas eram contadas to­mando-se por base eventos importantes, e isso dentro de cada povo. Não havia, é óbvio, uma base geral.
Quanto à Bíblia, seus escritores não tinham preocupa­ção com datas; apenas registravam os fatos. As datas, quando mencionadas, têm base, como acima ficou dito: em eventos particulares.
As descobertas arqueológicas e o estudo mourejante de dedicados eruditos no assunto vêm melhorando e precisan­do a cronologia em geral, inclusive a bíblica.
As datas que aparecem nas margens de certas edições da Bíblia não pertencem ao texto original. Foram calcula­das principalmente pelo arcebispo Ussher (1580-1656), em 1650. É conhecida por "Cronologia Aceita". Essas datas foram inseridas na Bíblia pela primeira vez em 1701. De certos tempos para cá a cronologia de Ussher vem enfren­tando severa crítica, Há divergências e opiniões contrárias a muitas de suas datas, isso em face do progresso do estudo de assuntos orientais através das pesquisas e descobertas arqueológicas.
É preciso considerar que o registro de números, datas e tempos constantes das Escrituras foram inseridos de acor­do com as necessidades e a praxe de então. A Bíblia não é um tratado de história, nem de geografia, nem de astrono­mia ou de outros ramos quaisquer da ciência, apesar de ha­ver nela alusões a tudo isso. Ela é, acima de tudo, a revela­ção de Deus ao homem para que este possa ir a Deus.

II. DIFICULDADES NO ESTUDO DA CRONOLOGIA BÍBLICA

1. Dificuldades nas fontes de dados
Tratando-se do texto bíblico, temos dados para a cro­nologia de três diferentes fontes, mas todos discrepantes: o Texto Mossorético, escrito em hebraico atual; a Septua-ginta, escrita em grego, e o Pentateuco Samaritano, escrito em caracteres samaritanos.
2. Dificuldades nas eras
As eras atuais entraram em uso há pouco tempo em comparação com a extensão da história bíblica. A Era Assíria (O Cânon Epônimo) vem de 893 a.C; a Babilônica (Era de Nabopolassar), 747; a Grega, de 776 (data da pri­meira Olimpíada - jogos que eram realizados cada quatro anos); a Romana, de 753 a.C. - data da fundação de Roma; a Selêucida, de 312 a.C. - data da ocupação de Babilônia por Seleuco Nicátor; a Maometana, de 622 d.C. - data em que Maomé fugiu de Meca. Essa pluralidade de eras choca o leitor moderno que só tenha noções do nosso calendário.
3. Dificuldades no texto bíblico
Há, especialmente nos períodos: dos juizes, do reino di­vidido, e dos profetas, muitos períodos coincidentes em parte, reinos associados, intervalos de anarquia, frações de anos tomadas por anos inteiros, partes tomadas pelo todo, e arredondamento de números. Há vários casos quanto a este último item. Exemplos: Êxodo 12.37 com Números
1.46 e 11.21; Gênesis 15.13 com Gálatas 3.17. Outro caso interessante é o do rei Jotão. Em 2 Reis 15.33 se diz que ele reinou 16 anos, entretanto, no versículo 30 é mencionado seu 20y ano de reinado!
Quanto ao caso do rei Jotão ter reinado 16 anos e ser mencionado seu 20? ano de reinado, ele pode ter reinado com seu pai, que era leproso, talvez em seus últimos anos de vida. Esse rei leproso - Azarias - (2 Rs 15.5,7), é tam­bém chamado Uzias (2 Cr 26.23).

III. CASOS A CONSIDERAR NO ESTUDO DA CRONO­LOGIA BÍBLICA

1. A relação entre séculos e anos
Aqui, muitos se enganam no cálculo de anos. Por exem­plo: no Século I de uma era estão os anos 1 a 100, no Século II, 101 a 200, e não 100 a 200, como pode parecer à primeira vista. Exemplo mais completo:
Século I.....................................................anos 1 a 100
Século II............................................... anos 101 a 200
Século III.............................................. anos 201 a 300
Século XX........................................ anos 1901 a 2000

2. A era antes de Cristo (Era a.C.)
A contagem do tempo antes de Cristo é regressiva, isto é, parte de Cristo para a criação (4004 a.C), e não ao con­trário. Partindo da criação para Cristo, os anos diminuem até chegarmos ao ano 1 a.C, porém, partindo de Cristo para a criação adâmica, os anos aumentam até chegarmos ao ano 4004, ano esse tido como a da criação, ou melhor, da recriação.
3. O erro do nosso calendário - o calendário atual
O uso do calendário é tão antigo quanto a própria hu­manidade. Há calendários diversos. Nestas concisas e in­completas notas reportamo-nos unicamente ao calendário cristão, do qual, o calendário atual é continuação.
Em 526 a.C, o imperador romano do Oriente, Justi-niano I, decidiu organizar um calendário original, encarre­gando da tarefa o abade Dionysius Exiguus, o qual, em seus cálculos, cometeu um erro, fixando o ano 1 d.C. com um atraso de 5 anos. Daí dizer-se que Cristo nasceu 5 anos antes da Era Cristã, o que é um absurdo, se não houver ex­plicação. Nossos livros apenas declaram a existência do er­ro, mas não o explicam.
As datas atuais estão, portanto, atrasadas de 5 anos. Para termos datas mais ou menos exatas é preciso acres­centar-lhes 5 anos.

É também oportuno dizer que o calendário atual cha­ma-se Gregoriano, porque em 1582 o papa Gregório XIII alterou o calendário de Dionysius, subtraindo 10 dias (de­terminou que o dia 5 de outubro passasse a ser 15 do mes­mo mês), a fim de corrigir a diferença advinda do acúmulo de certos minutos a partir de 46 a.C., quando César refor­mou o calendário de então.
4. O tempo e suas divisões
a. O dia natural. Isto é, o período em que há luz; entre os judeus e romanos era dividido em 12 horas (Jo 11.9), isto nos dias do Novo Testamento. A Hora Primeira era às 6 da manhã; a Hora Sexta às 12 horas de hoje. (Algumas refe­rências: Mt 20.6; Jo 4.6; At 10.3,9). A Terceira, a Sexta e a Nona Hora eram dedicadas a oração e adoração (At 3.1; 10.3,9). Antes da Hora Terceira, os judeus não comiam nem bebiam (At 2.15). Nos tempos do Antigo Testamento o dia era simplesmente dividido em 3 períodos: manhã, das 6 às 10; o calor do dia, das 10 às 14 horas, e o frescor do dia, das 14 às 18 horas. O dia civil era contado de um pôr-do-sol a outro (Lv 23.32). Entre os romanos, o dia ia de uma meia-noite a outra, isto é, o dia civil.
João, em seu Evangelho, emprega o calendário romano; os demais evangelistas usam o judaico. João escreveu de Éfeso, que, sendo território romano, empregava o citado calendário. Por isso ele cita as horas de modo diferente. Por exemplo, Marcos, usando o calendário judaico, declara (Mc 15.33) que, estando Jesus na cruz, vieram trevas sobre a terra, na Hora Sexta (meio-dia). João, por sua vez, afir­ma que o julgamento de Jesus terminou na Hora Sexta, (Jo 19.14) o que é uma discrepância! Porém, no calendário romano, usado por João, a Hora Primeira do dia era à meia-noite, sendo 6 da manhã a Hora Sexta, a hora em que terminou o julgamento de Jesus:
A noite, nos tempos do Antigo Testamento, estava divi­dida em três vigílias, de 4 horas cada uma. A primeira, das 6 às 10; a da meia-noite, das 10 às 2 da manhã; a da ma­nhã, das 2 às 6 da manhã (Êx 14.24; Jz 7.19; Lm 2.19). No NT, a noite tinha 4 vigílias de 3 horas cada uma, conforme o sistema dos romanos. A primeira chamava-se tarde e ia das 6 às 9; a segunda, meia-noite, das 9 às 12; a terceira, cantar do galo, das 12 às 3 da madrugada; a quarta, ma­nhã, das 3 às 6 da manhã (Mc 6.48; 13.35; Lc 12.38).
Nosso sistema sexagesimal (horas divididas em 60 mi­nutos, e estes em 60 segundos) vem dos sumários. Não era seguido entre os israelitas.
b. A semana. Em hebraico o termo traduzido "sema­na" significa simplesmente sete, sem indicar dias ou anos. Nossa palavra semana vem do latim "septimana" que lite­ralmente significa setenário, isto é, que contém sete. Os dias da semana entre os hebreus não tinham nomes e sim números, exceto o sexto que se chamava parasceue (Lc 23.54), e o sétimo que se chamava sábado (em heb. "shab-bath", cessação, descanso).
c. Os meses. Eram lunares, devido à observação das fa­ses da lua. Tinham 29 a 30 dias, alternadamente. Antes do cativeiro babilônico, os meses eram designados por núme­ros, exceto o primeiro que se chamava Abibe (espiga de tri­go). Após o retorno do exílio, passou a chamar-se Nisã, pa­lavra assíria para princípio, abertura (Êx 12.2; 13.4). Após o cativeiro, todos os meses passaram a ter nomes de origem babilônica e cananéia:

MÊS
NOME
APROXIMAÇÃO ATUAL

Abibe ou Nisã
Abril

Zife ou Liar
Maio

Sivã
Junho

Tamuz
Julho

Abe
Agosto

Elul
Setembro

Etanim ou Tísri
Outubro

Bul ou Marquesvã
Novembro

Quisleu
Dezembro
10º
Tebete
Janeiro
11º
Sebate
Fevereiro
12º
Adar
Março

Sendo o ano lunar, retrocedia em dias, causando desen­contro das estações agrícolas, uma vez que estas são oca­sionadas pelo ciclo solar.

Para harmonizar isto, cada três anos intercalava-se um mês adicional chamado Veadar (is­to é, segundo Adar), ficando esse ano com 13 meses. Isto forçou os israelitas a adotarem o ano do ciclo solar.
d. Os anos. Tinham 12 meses de 29 e 30 dias, alternada-mente, perfazendo 354 dias. Os judeus tinham dois dife­rentes anos: o sagrado e o civil. O sagrado iniciava-se no mês de Abibe, que corresponde ao fim de março ou princí­pio de abril, na lua cheia, após o equinócio da primavera. O ano civil iniciava-se no sétimo mês do ano sagrado (Tisri ou Etanim), correspondendo ao final de setembro ou princípio de outubro. O início do ano civil era comemorado com a Festa das Trombetas (Lv 23.24,25). Havia também o Ano Sabático cada 7 anos, para descanso do solo; e o Ano do Jubileu, cada 49 anos, para libertação humana em ge­ral. Assim, Deus proveu o controle das riquezas e da escra­vidão.

IV. CRONOLOGIA DOS PERÍODOS HISTÓRICOS DA BÍBLIA E HISTÓRIA UNIVERSAL CONTEMPO­RÂNEA

(Períodos, aqui, têm aplicação diferente da do Cap. VI.) 1. Período Antediluuiano: 1656 anos (Gn caps. 2-6) Tempo: de Adão (4004 a.C.) ao Dilúvio (2348 a.C.) Adão criado em 4004 a.C. O Dilúvio ocorreu em 2348 a.C. Nesse período, Babilônia - berço da raça humana - atinge elevado grau de civilização. Primeira dinas­tia de Ur: 2800-2400 a.C. Ur era cidade-reino predo­minante na época, no mundo então conhecido. Era a cidade de Abraão. Foi depois eclipsada pela cida­de de Babilônia. Reinos do Alto e Baixo Egito. Me-nes unifica o Egito: 2900 a.C. Cidades-estados su-merianas.
2. Período do Dilúvio d Dispersão das Raças: 100 anos (Gn caps. 7-11).
Tempo: 2348-2248 a.C.
Nascimento de Abraão: 1996 a.C.
De Adão a Abraão: 2008 anos
Sem (filho de Noé) viveu 98 anos até o Dilúvio, e mais 502 após. Foi um traço de união entre as gerações poste­riores ao Dilúvio.
3. Período dos Patriarcas: 430 anos (Gn cap. 12 a Êx cap. 12)
Tempo: da chamada de Abraão ao Êxodo (1921-1491 a.C.)
Chamada de Abraão: 1921 a.C.
Do Dilúvio à chamada de Abraão: 427 anos (2348-1921 a.C.)
As provações de Jó: cerca de 1845 a.C. Nascimento de José: 1800 a.C.
Imigração de Jacó e sua família para o Egito: cerca de 1706 a.C.
Nascimento de Moisés: 1571 a.C. Permanência de Israel no Egito: cerca de 400 anos. Período da escravidão no Egito: cerca de 100 anos. Egito - 1? império mundial: 1600-1200 (18? e 19? dinas­tias).
Êxodo dos Israelitas: 1491 a.C. Outro cômputo dá 1450 a.C.
4. Período da Jornada no Deserto e Conquista de Canaã: 46 anos (Êx cap. 13 a Js cap. 24).
Tempo: do Êxodo à conquista de Canaã (1491-1445 a.C.)
Peregrinação no deserto: 40 anos (Nm 10.11 com Dt 2.14).
Passagem do Jordão: 1451 a.C.
Conquista de Canaã: 6 anos (1451-1445 a.C.)
Apogeu do Império Hitita: 1400 a.C.
Projeção dos gregos e colonização da Ásia Menor por eles.
5. Período da Teocracia: 345 anos (Jz cap. 1 a 1 Sm cap. 10) (Ver Juizes 11.26.)
Tempo: época dos Juizes até Samuel (1445-1100 a.C.)
Ministério de Samuel: 1100-1053 a.C. - cerca de 47 anos.
Egito: centro de cultura geral.
Projeção da Grécia. Destruição de Tróia: 1184 a.C.
Os navegantes exploradores fenícios chegam a Gibraltar: 1100 a.C.
Até aqui, a cronologia é por demais incerta. A época dos
Juizes é uma das piores. (A partir do período seguinte, a
História já fornece dados mais seguros para cálculos).
6. Período do Reino Unido ou Monarquia: 120 anos (1 Sm cap. 11 a 2 Cr cap. 9).
Tempo: de Saul (1053) a Salomão (933 a.C.)
Saul: 1053-1013, reinado de 40 anos (At 13.21).
Davi: 1013-973, reinado de 40 anos (2 Sm 5.4).
Salomão: 973-933, reinado de 40 anos (1 Rs 11.42).
Assíria - império mundial: 900-607 a.C.
7. Período do Reino Dividido: 347 anos (1 Rs 12 a 2 Cr 36)
Tempo: de Roboão (933) a Zedequias (586 a.C.)
Reino do Norte (Israel) durou mais de 200 anos (933-721 a.C.)
Reino do Sul (Judá) durou mais de 300 anos (933-586 a.C.)
Início do cativeiro do Reino do Norte (Galiléia): 734 a.C.
Cativeiro total do Reino do Norte: 721 a.C.
Início do cativeiro de Judá: 606 a.C. 1ª leva de cativos, inclusive Daniel. (Ver 2 Crônicas 36.6,7 com Daniel 1.1-3.)
Templo saqueado. Jeoaquim subjugado.
Segunda leva de cativos de Judá: 597 a.C. Nesta leva foi o profeta Ezequiel, o rei Jeoaquim e 10.000 homens esco­lhidos (2 Rs 24.14-16). Mais tesouros do templo foram levados.
Terceira leva de cativos: 586 a.C. Desta vez Nabucodo-nosor destruiu Jerusalém e incendiou o templo, levando entre os cativos o rei Zedequias (2 Rs 25.8-12; Jr 52.28-30).
Roma é fundada em 753 a.C.
Os fenícios dão volta à África em 600 a.C.
Faraó Neco II tenta construir um canal ligando o mar Vermelho ao Mediterrâneo utilizando 120.000 homens.
(Fato concretizado no Canal de Suez, no século passa­do.)
A Pérsia esmaga o Egito: 525 a.C.
Projeção dos estados gregos - Atenas e Esparta.
8. Período do Cativeiro e Restauração: 174 anos (2 Cr 36 a Ne 13).
Tempo: da primeira leva de cativos de Judá por Babilô­nia (606 a.C.), ao final do registro da história bíblica (cerca de 430 a.C.)
Cativeiro: 70 anos.
Restauração: 104 anos.
Decreto de Ciro para a volta dos judeus do cativeiro: 536 a.C.
Reconstrução do templo: 536-516 a.C. (20 anos)
Deposição de Vasti: 482 a.C.
Ester, rainha da Pérsia: 478 a.C.
Ageu e Zacarias - profetas da restauração: 520 a.C. em diante
Esdras chega à província de Judá como sacerdote: 457 a.C.
Neemias nomeado governador: 445 a.C. Reedifica os muros e a cidade de Jerusalém, em 444. Volta à Pérsia em 434. Retorna a Jerusalém em 432 a.C. (Ne 13.6).

9. Período Interbíblico: cerca de 400 anos (De Neemias ao início da Era Cristã).
Impérios dominantes: o Persa: 536-330; o Grego: 330-146; O Romano: 146 a.C. a 476 d.C.

Resumo geral da cronologia do Antigo Testamento
4004-2400 a.C Mundo antediluviano................................cerca de 1600 anos
2400-2000 a.C Do Dilúvio a Abraão 400 anos
2000-1800 a.C Patriarcas: Abraão, Isaque e Jacó........... 200 anos
1800-1400 a.C Israel no Egito......... 400 anos
1400-1100 a.C Período dos Juizes... 300 anos
1053-933 a.C A Monarquia Israeli­ta (Saul, Davi e Salo­mão) ... 120 anos
933-586 a.C O Reino Dividido..... 350 anos
606-536 a.C O Cativeiro.............. 70 anos
536-432 a.C Restauração da na ção israelita............. 100 anos

10. Período do Novo Testamento
Nascimento de Jesus: Ano 5 antes do início da atual
Era Cristã.
Tibério associado com Augusto no governo do Império Romano: 11-14 d.C.
Tibério, imperador: 14 d.C.
Ministério de João Batista: 26 ou 27 d.C. Evidências disso:
a) Em Lucas 3.1,o 15º ano de Tibério é contado a partir de seu governo associado com Augusto em 11 d.C. Logo 11 + 15 = 26 d.C.


b) Em João 2.20, se diz que o templo fora construído em 46 anos. De acordo com a História, a construção teve início em 19 a.C.
Logo: 19 a.C + 27 d.C. = 46 anos.
Batismo de Jesus: 26 ou 27 d.C. (Corrigindo-se o calen­dário: 30-31 d.C.)
Ministério de Jesus: 26-29 d.C. Sua idade 29 d.C + 4 (devido ao erro do calendário) = 33 anos e meses. Fundação da Igreja: 29 d.C. ( + 4 anos devido ao erro do calendário = 33 d.C.)
Conversão de Saul: 32 ou 35 d.C.
Fundação da igreja gentílica de Antioquia: 42 d.C. (At 11.19-26).
Antioquia era a terceira cidade do império, sendo as outras, Roma e Alexandria.
Primeira viagem missionária de Paulo: 47 d.C. (At 13.4-15.4).
Concilio de Jerusalém: 50 d.C. (At 15).
Segunda viagem missionária de Paulo: 50 d.C. (At 15.36-18.22).
Terceira viagem missionária de Paulo: 54-47 d.C. (At 18.23-21.20).
Fundação das igrejas da Ásia Menor e Europa por Pau­lo: 50-63 d.C.
Fim do livro de Atos: 62 d.C.
Viagem de Paulo a Roma, preso: 60 d.C.
Incêndio de Roma, atribuído aos cristãos, por Nero: 64 d.C.
Começa a grande perseguição aos cristãos. Acaba a construção do templo: 64 d.C.
Morte de Pedro: 64/65 d.C.
Início da revolta dos judeus contra os romanos: 66 d.C.
Morte de Paulo: 67 d.C, por Nero.
Destruição de Jerusalém e seu templo pelos romanos: 70 d.C.
Destruição de Pompéia e Herculano 79 d.C. por uma erupção do Vesúvio.
Perseguições contínuas aos cristãos e progresso do Evangelho, esvaziando os templos pagãos do Império Romano: 80 d.C. até o fim do Século I.

V. CRONOLOGIAS DIVERSAS

1. Cronologia dos livros da Bíblia
Conforme os mais abalizados mestres no assunto em questão, é a seguinte a ordem cronológica dos livros da Bíblia. Quanto aos profetas, o ano mencionado é o do início do ministério de cada um:

ANTIGO TESTAMENTO

-Jó......................................................................... 1521 a.C.
-Gênesis........................................................ 1521-1500 a. C.
-Êxodo.................................................................. 1490a.C.
-Levítico................................................................. 1489a.C.
-Números............................................................... 1451 a.C.
-Deuteronômio...................................................... 1451 a.C.
-Josué.................................................................... 1424 a.C.
-Juizes................................................................... 1126 a.C.
-Rute...................................................................... 1050 a.C.
-1 Samuel............................................................... 1050 a.C.
-2 Samuel............................................................... 1018 a.C.
-1 e 2 Reis.............................................................. 1015 a.C.
-Salmos............................................................. 1050-975 a.C.
-Cantares.............................................................. 1013a.C.
-1 e 2 Crônicas...................................................... 1004a.C.
-Provérbios........................................................... 1000 a.C.
- Eclesiastes.......................................................... 975 a.C.
-Joel...................................................................... 840 a.C.
-Jonas................................................................... 790 a.C.
-Amos.................................................................... 780 a.C.
-Oséias.................................................................. 760 a.C.
-Isaías.................................................................... 745 a.C.
- Miquéias.............................................................. 740 a.C.
- Sofonias............................................................... 639a.C.
-Naum.................................................................... 630 a.C.
- Jeremias.............................................................. 626a.C.
- Lamentações........................................................ 626 a.C.
- Habacuque.......................................................... 606 a.C.
- Daniel.................................................................. 606 a. C.
-Ezequiel................................................................ 592 a.C.
- Obadias.............................................................. 586a.C.
-Ageu..................................................................... 520 a.C.
- Zacarias............................................................ 520 a.C.
-Ester.................................................................... 509 a.C.
- Esdras................................................................. 457a.C.
- Neemias.............................................................. 434 a.C.
- Malaquias............................................................ 432a.C.

NOVO TESTAMENTO

-1 Tessalonicenses.................................................51 d.C.
-2 Tessalonicenses................................................ 52 d.C.
-1 Coríntios............................................................ 56d.C.
-2 Coríntios............................................................ 57d.C.
-Gálatas................................................................. 57d.C.
-Romanos............................................................... 58 d.C.
-Mateus.................................................................. 60 d.C.
- Efésios.................................................................. 61 d.C.
-Tiago..................................................................... 61 d.C.
- Filipenses..............................................................62 d.C.
-Colossenses........................................................... 62 d.C.
- Filemom............................................................... 62 d.C.
-Lucas.................................................................... 63 d.C.
- Hebreus................................................................ 63 d.C.
-Atos dos apóstolos............................................... 63 d.C.
- 1 Timóteo............................................................. 64 d.C.
- 1 Pedro................................................................. 64 d.C.
- Tito....................................................................... 65 d.C.
- Marcos.................................................................. 65 d.C.
-2 Pedro.............................................................. 64/5 d.C.
-2 Timóteo............................................................. 67d.C.
-Judas.................................................................... 70 d.C.
-João (Evangelho)................................................. 85 d.C.
-1 João................................................................... 90d.C.
-2 João................................................................... 90 d.C.
-3 João................................................................... 90 d.C.
-Apocalipse............................................................ 96d.C.
2. Patriarcas
Os principais já foram mencionados nos períodos estu­dados. Os cabeças das 12 tribos estão entre os patriarcas (At 7.9). José morreu no Egito. Não houve tribo com esse nome. Seus dois filhos Efraim e Manasses deram nomes a duas tribos e ocuparam os territórios que seriam de Levi (que não teve território, mas, cidades) e José.
3. Sacerdotes
Ver a lista em 1 Crônicas 6.1-15 e Neemias 12.11,22.
4. Reis
Os três principais reis de Israel já foram mencionados. O reino do Sul (Judá), teve 19 reis. O primeiro foi Roboão (933-911 a.C), e o último Zedequias (597-586 a.C).
5. Profetas
Devemos banir do nosso pensamento a idéia popular de que o principal serviço do profeta era predizer. No original, profeta não significa "aquele que prediz", mas "aquele que fala em lugar de outro, por outro". Infelizmente, a ordem dos profetas em nossas Bíblias, não é a cronológica em que eles ministraram, o que origina não pouca confusão, mas, por certo, isto também tem sua vantagem.
Profetas literários em ordem cronológica, quanto ao ca­tiveiro e pós-cativeiro dos judeus. (Profetas literários são os que escreveram suas profecias.)
Profetas antes do cativeiro
Reino de Israel
- Jonas (enviado à Assíria)
- Oséias
- Amos (natural de Judá) Reino de Judá
- Miquéias (natural de Judá)
- Joel
- Isaías
- Miquéias (ministrou aos dois reinos)
- Sofonias
- Naum (profetizou contra a Assíria)
- Jeremias (parte do seu ministério)
- Habacuque
- Obadias (profetizou contra Edom) Profetas durante o cativeiro de Judá
- Jeremias, na Palestina, entre o remanescente deixa­do.
- Ezequiel, em Babilônia, entre os cativos, no campo.
- Daniel, em Babilônia, no palácio real. Profetas do pós-catiueiro
- Ageu
- Zacarias
- Malaquias
6. Cronologia dos impérios mundiais
Houve até hoje 6 impérios de âmbito mundial. Damos abaixo o resumo de cada um deles.
1º) Egito: 1600-1200 a.C. Este império mundial ia da Etiópia ao Eufrates. Nas dinastias XVIII e XIX, Israel es­tava no Egito. Canaã era província egípcia. O Egito foi fundado por Mizraim, filho de Cão, logo após o Dilúvio (Gn 10.6,13). Houve 31 dinastias de reis egípcios, de 3500 a 332 a.C, quando o país foi conquistado por Alexandre. De 332 a 30 a.C, o Egito foi governado pelos reis Ptolomeus (I a XIV), sendo seu último governante a rainha Cleópatra VII (ano 30 a.C.) Daí em diante ele foi província romana até 640 d.C
Algumas dinastias egípcias de maior interesse para o estudante da Bíblia:
IV Dinastia - Construção das famosas pirâmides em Gizé. (2900 - 2750 a.C.)
XII Dinastia - Abraão vai ao Egito (Gn cap. 12) (cerca de 2000 a.C.)
XV-XVII Dinastia - Os Hicsos dominam. José perten­ce a XVI dinastia.
XVIII-XIX Dinastia - O Egito como império mundial. O nascimento de Moisés deu-se na XVIII. O êxodo dos ju­deus deu-se na XIX (1600 - 1200 a.C.)
XXI Dinastia - Época de Davi (1100-950 a.C.)
XXVII-XXXI Dinastia - São as chamadas dinastias pérsicas (525 - 332 a.C.)
2º) Assíria: 900-607 a.C. Levado o Reino do Norte (Is­rael) em cativeiro (734-721 a.C). Os assírios eram muito cruéis.
Não poupavam a ninguém. Nínive era a capital. O nome deriva de Nina, um dos nomes da deusa lua de Ur. (Seu nome mais comum era Istar.) A Assíria fez-se à custa de pirataria. Para inspirar terror aos povos vizinhos, eles constumavam fazer montes de caveiras dos seus prisionei­ros. Foi fundada por Assur (Gn 10). Teve reis famosos como Tiglate-Pileser I (1120-1100 a.C), mais ou menos contemporâneo de Samuel. Como império mundial, a Assíria tem mais relação com o Reino do Norte (Israel). Al­guns reis desse império mundial:
- Salmaneser II (885-860 a.C.) Foi o primeiro rei assírio a hostilizar Israel. Acabe fez-lhe frente. Jeú pagou-lhe pe­sado tributo.
- Tiglate-Pileser III (747-727 a.C.) Também chamado Pul, na Bíblia. Levou para o cativeiro habitantes do Norte de Israel, em 734.
- Salmaneser IV (727-722 a.C.) Sitiou Samaria, mor­rendo no sítio (2 Rs 17.5).
- Sargão II (722-705 a.C.) Consumou o cativeiro do Rei­no de Israel (2 Rs 17.6).
- Senaqueribe (705-681 a.C.) O mais famoso rei assírio. Invadiu Judá, sendo derrotado por um anjo diante de Jeru­salém (2 Rs 19.35).
- Em 607 a.C, assediado pelos citas, medos e babilôni-cos, o feroz e brutal império caiu!
- Jonas, profeta do reino de Israel, foi enviado como missionário a Nínive, capital da Assíria (!), provavelmente durante o reinado de Adade-Ninari (808-783 a.C.)
3?) Babilônia: (606-536 a.C.) Destruiu Jerusalém e o templo de Salomão. Levou Judá em cativeiro. Foi império mundial durante o tempo em que Israel esteve cativo: 70 anos!
Babilônia foi o berço da raça humana. Aí ficava o É-den. Adão, Noé e Abraão viveram em seu território. Cerca de 2000 a.C. Babilônia foi potência dominadora mundial. Houve em seguida um longo período de declínio, ficando a supremacia com os assírios. Depois de quase dois mil anos, Babilônia ressurgiu como império mundial (606-536 a.C.) Nesta condição, teve 6 reis. Nabucodonosor - o 2? rei - foi o maior deles.
Esse rei levou os judeus ao cativeiro. Daniel foi um dos cativos. A ele afeiçoou-se o rei e fê-lo um dos seus conse­lheiros.

A influência de Daniel sobre esse rei, sem dúvida, minorou a condição dos cativos judeus. O último rei de Ba­bilônia foi Belsazar. Ele iniciou o seu reinado associado ao pai, Nabonido. Em Daniel 8.1, o "terceiro ano do reinado de Belsazar" é a partir de seu reino associado com seu pai. Em 5.7,29, assim se compreende o "terceiro no reino": l9 Nabonido; 2? Belsazar; 3? Daniel. Em 5.2,11, Belsazar é chamado "filho de Nabucodonosor", porém, no sentido de descendente (Jr 27.7). (Ver também Romanos 9.10 e 2 Reis 14.3, onde "pai" está no sentido de ancestral.) Daniel ser­viu no palácio com todos os reis babilônicos, a partir de Nabucodonosor. Foi uma testemunha fiel de Deus no palá­cio do império que dominou o mundo: Daniel viveu em Ba­bilônia da elevação à queda do império.
4º) Pérsia: 536-331 a.C. Em 536, Ciro o Grande, venceu Babilônia e decretou a volta dos judeus, os quais novamen­te se organizaram como nação. Lista dos reis persas, dos quais, vários estão mencionados nos livros de Esdras, Nee-mias e Ester:
• Ciro. 538-529 a.C. (Ed 1.1; Is 45.1; Dn 1.21). Deus chamou-o pelo nome 150 anos antes de seu nascimento (Is 45.1). Só Deus pode fazer isto! Ciro conquistou Babilônia em 536 a.C.
• Dario o Medo. Também chamado Dario I, e Dario fi­lho de Assuero (Dn 5.31; 6.1,28; 9.1). Esse monarca, foi, por Ciro, constituído rei, interinamente, sobre a Caldéia, enquanto Ciro completava suas conquistas (Dn 9.1). Ciro, ao terminar suas conquistas, ocupou o trono do império (Dn 6.28). O Assuero, pai deste Dario, não é o mesmo men­cionado em Ester 1.1.
• Assuero. 529-522 a.C. (Ed 4.6). É chamado na Histó­ria por Cambises II, filho de Ciro. É ainda conhecido por Xerxes I.
• Artaxerxes I. 522-521 a.C. (Ed 4.7-11). Determinou a suspensão das obras do templo, conforme Esdras 4.21-24. A História chama-o Smeredis.
• Dario II. 521-485 a.C. (Ed 4.5; 5.6; 6.1). É filho de Smeredis. Conhecido na História por Histaspes. É o Dario da Pedra de Behistum, perto de Hamadã. Ordenou a con­clusão do templo. É o famoso Dario da Batalha de Marato­na, Grécia, onde ele foi vencido pelos gregos (490 a.C.) É o pai de Assuero, marido de Ester (Et 1.1).

• Assuero. 485-465 a.C. (Et 1.1). Foi esposo de Ester. A História chama-o Xerxes II. Foi derrotado pela esquadra grega, em Salamina, Chipre, em 480 a.C. "Assuero" cor­responde à palavra grega "Xerxes". Não confundir este com o Assuero de Esdras 4.6. Foi o mais poderoso e o mais rico rei persa.
• Artaxerxes II. 465-424 a.C. (Ed 7.1; Ne 2.1; 13.6). Fi­lho do rei anterior. A História chama-o Longímano. Foi en­teado da rainha Ester. Isto explica sua magnanimidade para com os judeus. Certamente a rainha influiu muito na formação de seu caráter. Autorizou seu ministro Neemias a reedificar Jerusalém.
• Dario III, o Notus. 424-404 a.C. Não é mencionado na Bíblia.
• Artaxerxes III, o Mnémon. 404-359 a.C. Não é men­cionado na Bíblia.
• Artaxerxes IV, o Ocus. 359-338 a.C. Não é menciona­do na Bíblia.
• Arses. 338-335 a.C. Não é mencionado na Bíblia.
• Dario IV. 335-331 a.C. Mencionado na Bíblia em Neemias 12.22. A história chama-o Codómano. Vencido por Alexandre o Grande, na batalha de Arbela, Assíria, em 331 a.C. Caiu então o grande império persa.
5?) Grécia: 331-146 a.C. Em 330 Alexandre o Grande, tinha o mundo a seus pés, após seis anos de conquista. Em 332 invadiu a Palestina. Foi tolerante e benevolente para com os judeus. Levou a cultura grega a toda parte. Morreu, em Babilônia, em 323, aos 33 anos de idade. Seu vasto im­pério foi pouco depois dividido entre 4 de seus generais. A Grécia foi o centro da Filosofia, da Literatura, das Ciên­cias e da Arte. Era lugar de encontro das classes cultas do mundo. Quanto à religião, os gregos eram idolatras por ex­celência.
6º) Roma: 146 a.C. - 476 d.C. Em 146 a.C, Roma ven­ceu a Grécia na Batalha de Leucópetra, no istmo de Corin-to. A cidade-reino de Roma foi fundada em 753 a.C, na re­gião do Lácio, e, após conquistar toda a Itália, veio a ser se­nhora do mundo. Passou a república em 509 a.C. Tornou-se império em 31 a.C. Jesus nasceu quando esse poderoso império dominava o mundo conhecido. A Palestina foi por ele conquistada em 63 a.C.

Em seus dias, também a Igreja foi fundada. É de grande valor para o estudante da Bíblia o conhecimento da história do Império Romano sob vários aspectos. Nos dias do NT, Roma, a capital, tinha 1.500.000 habitantes, sendo a metade constituída de escravos. Os li­mites do império compreendiam 4.800km de leste a oeste, e 3.200km de norte a sul. População total: 120.000.000 de habitantes. Ia do Atlântico ao Eufrates, e, do mar do Norte ao Deserto Africano.
Dentre os imperadores romanos, mencionaremos ape­nas os 12 Césares. O nome césar significa senhor. É o mes­mo que Kurios (grego); Kaiser (alemão); Czar (russo). O nome César foi herdado do grande general Caio Júlio Cé­sar. Este, integrou o primeiro triunvirato romano em 59 a.C. com Pompeu e Crasso. Depois, César governou sozi­nho como ditador. Foi assassinado em 44 a.C. por Bruto, seu filho adotivo.

OS DOZE CÉSARES

1. Augusto (Caio Júlio César Otávio Augusto). 31 a.C. a 14 d.C. (Lc 2.1). "Augusto" foi título conferido pelo Se­nado em 27 a.C, e significa sublime, venerando. No seu reinado Jesus nasceu.
2. Tibério (Tibério Cláudio Nero). 14-37 d.C. (Lc 3.1). O ministério de Jesus e o começo da Igreja ocorreram em seu reinado. Reinou com Augusto de 11 a 14 d.C. Seu "ano 15" de Lc 3.1 é contado a partir de 11 d.C.
3. Calígula (Caio Júlio César Germânico Calígula). 37-41 d.C. Não é mencionado na Bíblia. Cometeu os maio­res desvarios.
4. Cláudio (Tibério Cláudio Druso Nero). 41-54 d.C. (At 11.28). Venceu os britânicos em 4 d.C.
5. Nero(Nero Cláudio César Augusto Germânico). 54-68 d.C. (At 25.11; 26.32; Fp 4.22; 2 Tm 4.17; 1 Pe 2.17). In­cendiou Roma em 64 d.C, lançando a culpa sobre os cris­tãos. Milhares deles foram queimados vivos ou jogados na arena para serem comidos por animais famintos. Foi um dos maiores monstros da História. Seu prazer era assistir a agonia de morte de suas vítimas. Executou o apóstolo Pau­lo, em 67 d.C.
6. Galba (Sérvio Sulpício Galba). 68-69 d.C. Não é ci­tado na Bíblia.
7. Oto (Marcos Sálvio Oto). 69 d.C. Não é mencionado na Bíblia.
8. Vitélio (Aulo Vitélio). 69 d.C. Não é mencionado na Bíblia. (Os anos 68 e 69 foram de grandes rebeliões inter­nas.)
9. Vespasiano (Tito Flávio Vespasiano). 69-79 d.C. Não é citado na Bíblia. No seu reinado, Jerusalém foi des­truída no ano 70 d.C, por Tito, seu filho, que então co­mandava os exércitos romanos no Oriente.
10. Tito (Tito Flávio Sabino Vespasiano). 79-81. Filho de Vespasiano. Não é mencionado na Bíblia.
11. Domiciano (Tito Flávio Domiciano). 81-96 d.C Fi­lho de Vespasiano. Tremendo perseguidor dos cristãos. No seu reinado, o apóstolo João foi banido para Patmos.
12. Nerva (Marcos Cócio Nerva). 96-98 d.C



QUE INFORMAÇÃO !!!




A SEQUENCIA DA HISTORIA BIBLICA

A seqüência da história bíblica

Esboço do Capítulo

I. A ÉPOCA PRÉ-ABRAÂMICA
1. O Período Antediluviano
2. O Período do Dilúvio a Abraão

II. A ÉPOCA DE ISRAEL
1. O Período dos Patriarcas
2. O Período de Israel no Egito
3. O Período de Israel no Deserto
4. O Período da Conquista de Canaã
5. O Período dos Juizes
6. O Período da Monarquia
7. O Período do Reino Dividido
8. O Período do Cativeiro e Restauração
9. O Período Interbíblico
a. A Palestina sob os Persas
b. A Palestina sob os Gregos
c. A Palestina sob os Macabeus
d. A Palestina sob os Romanos

III. A ÉPOCA DO CRISTIANISMO
1. O Período da Vida de Cristo
2. O Período da Igreja em Jerusalém
3. O Período da Igreja Missionária

Temos neste capítulo um resumo da marcha da histó­ria bíblica, de conformidade com o Antigo e o Novo Testa­mento, tendo em vista apenas o povo de Deus. A história dos demais povos bíblicos, e outros afins, pertence a outro estudo. Por povo de Deus queremos dizer os fiéis de Deus em todos os tempos, compreendendo judeus e gentios.

A necessidade de um estudo como este vem do fato de que os 66 livros do cânon sagrado não aparecem na Bíblia em ordem cronológica, e sim pela ordem dos assuntos, con­forme já mostramos em capítulo anterior. O conhecimento da seqüência histórica da Bíblia habilitará o estudante a orientar-se em qualquer lugar em que se encontre no texto sagrado. A seqüência histórica da Bíblia é como um fio atravessando um todo, situando em seus lugares as coisas, pessoas e fatos registrados; em o nosso caso, nas Escritu­ras.
O fim principal em vista, aqui, não é suprir o leitor de dados cronológicos. A cronologia que apresentamos é ape­nas o indispensável. É oportuno afirmar que toda cronolo­gia antiga é terreno movediço. Pesquisas e descobertas ar­queológicas levadas a efeito nos últimos anos demonstram que é preciso uma revisão total nas datas até agora aceitas, especialmente aquelas dos primeiros milênios da história humana, abarcando as principais e primitivas civilizações como a babilônica, acadiana, egípcia, etc. As evidências arqueológicas conduzem a uma redução nas atuais datas. As atuais e mais credenciadas autoridades nesse campo, declaram, por exemplo, que a primitiva civilização babilô­nica deve recuar para 2.500 a.C. em vez de 3.500, como vem sendo divulgado até agora. Uma tão importante revi­são de datas não pode nem deve ser feita às pressas.
Os principais luminares no assunto afirmam que é pre­ciso esperar mais algum tempo até que se obtenha uma confirmação da exatidão das novas datas que já estão apa­recendo em muitos livros, revistas e outras publicações do 100 gênero. Há historiadores apressados que acham que tudo deve ser mudado agora mesmo, mas, considerando a im­portância do assunto (a seqüência da história bíblica), é preciso reserva e cautela, porque as novas datas modifica­rão quase todo o sistema até agora aceito. Acresce ainda o fato de que muitas das novas datas estão sendo postas em dúvida devido à má tradução de placas, tijolos e demais achados arqueológicos multisseculares.
Devido às circunstâncias acima expostas, preferimos seguir a tradicional "cronologia aceita" com algumas va­riantes novas que já não padecem contestação.

As poucas datas que aparecem neste capítulo, poderão estar altera­das noutros livros ora em circulação, mas o melhor é aguardar confirmação definitiva dos fatos, do que apresen­tar uma coisa em dúvida. Muitas das novas datas, quando postas na corrente de dados cronológicos, ou colidem com fatos da mesma época ou alteram a ordem deles.
Obras de renome com novos dados cronológicos estão sendo lançadas na outra América e na Inglaterra. Certa­mente teremos tais obras traduzidas entre nós posterior­mente.
Procuramos tornar este capítulo o mais inteligível possível; reconhecemos, contudo, que, se o leitor tiver um razoável conhecimento prévio de história antiga, isso o ajudará a compreender a seqüência que vai ser apresenta­da. Caso não tenha, aconselhamos a ler o capítulo todo mais uma vez, e consultar obras de vulto no assunto.
Nossas Bíblias com datas impressas vêm de 1701. Tais datas são da "Cronologia Aceita", elaborada pelo arcebis­po Ussher, em 1650, época essa que não se dispunha dos modernos meios, recursos e investigações científicas como as atuais. O sistema de Ussher está obsoleto em grande parte, todavia não pode ser posto de lado até que apareça uma revisão com indiscutível veracidade.
Portanto, as datas que aparecem aqui, ao lado da His­tória não têm a pretensão de precisão. Apenas integram a seqüência histórica, demarcando-a.
Para efeito de estudo, a seqüência histórica do povo de Deus como a temos na Bíblia, contém três grandes épocas, que são:

I. A ÉPOCA PRÊ-ABRAÂMICA. Da criação de Adão à chamada de Abraão. 4000-2000 a.C. Dois mil anos. (Números redondos para facilitar a memorização).
II. A ÉPOCA DE ISRAEL. Da chamada de Abraão ao ad­vento de Cristo. 2000-5 a.C. Dois mil anos.
III. A ÉPOCA DO CRISTIANISMO. Do advento de Cristo à morte do apóstolo João: 5 a.C-100 d.C. Trataremos agora de cada uma destas grandes épocas da História Bíblica, divididas em períodos. Lembremo-nos de que é um resumo que vai ser apresentado. Só os fatos marcantes e salientes aparecem; os pormenores não.

I. A ÉPOCA PRÉ-ABRAÀMICA

Esta época abrange dois períodos históricos: 1. O Período Antediluuiano, que vai de Adão ao Dilú­vio; de 4004-2348 a.C. - 1656 anos. É descrito no livro de Gênesis até o capítulo 6 e contém o relato da origem de to­das as coisas. O homem é o ápice da Criação. Feito do pó da terra, e recebendo também o espírito de vida outorgado por Deus. Teve assim duas naturezas: uma terrena para pô-lo em contacto com o material, e outra celestial para comunhão com Deus. A Bíblia declara nos capítulos acima que o homem foi criado, não evoluído através de estágios sucessivos. Adão, ao ser criado, não se comportava como um nenezinho ou como um silvícola, e sim como um ho­mem adulto e de conhecimento e inteligência extraordiná­rios.
A civilização antediluviana foi adiantadíssima em inte­lectualidade, artes e profissões, coisas comprovadas pela Bíblia e a Ciência, especialmente o ramo arqueológico. Adão recebeu a revelação diretamente de Deus. A entrada do pecado na raça humana reduziu profundamente a capa­cidade e a possibilidade do homem em todos os sentidos. Assim sendo, o homem em si mesmo não tem evoluído ou progredido, e sim regredido. O homem só evolui quando volta à sua origem, sua causa primária - DEUS. O homem se embruteceu à medida que se afastou de Deus. Romanos, capítulo 1, conta esta triste história.
O Período Antediluviano ocorreu no Éden e suas proxi­midades, no Oriente. Trata-se da região primitivamente chamada Sinar, depois Suméria e Babilônia. Essa região situa-se exatamente na confluência de três grandes conti­nentes: Europa, Ásia e África. (Veja isto num mapa-múndi ou num planisfério.)
Por quanto tempo Adão viveu no Éden antes de pecar só Deus sabe. Entendemos que seus 130 anos mencionados em Gênesis 5.3 tenham decorrido após a queda. O tempo que ele viveu como solteiro não é revelado. Talvez sua vida antes da queda fosse tão sublime, que não fosse lícito reve­lar seus pormenores à raça posteriormente caída. Talvez não compreendessem, pois a esfera em que vivia antes de pecar não tinha comparação com a nossa. O apóstolo Pau­lo teve revelações divinas que ao mortal não era lícito reve­lar, está escrito.


O vale do Eufrates é, pois, o berço da raça humana. Nessa região, Deus pôs o homem na terra. Daí surgiram e partiram as primitivas civilizações. O Jardim do Éden, de acordo com eminentes autoridades e inferências arqueoló­gicas, ficava em Eridu, 19 km ao sul de Ur, na antiga Si­nar. O Éden foi o cenário do começo da história bíblica. Aí perto viveram também Noé e Abraão. As primeiras civili­zações da região sumeriana como as de Cis, Lagás, Ereque, Ur, Acade (o mesmo que Sipar), Calné (o mesmo que Ni-pur), Larsa, Fará, ficavam todas em torno de Eridu. (Veja isso num mapa das terras bíblicas primitivas.) Eram cida-des-reinos. Foram povos altamente adiantados. Algumas de suas cidades constam de Gênesis 10.10-12. Todo o capí­tulo 10 de Gênesis é altamente importante para o estudo dessas civilizações primitivas.
Fará é o local tradicional da residência de Noé. Após a queda de Adão, Deus mesmo mostrou-lhe como aproxi­mar-se dele para com Ele ter comunhão e adoração. Adão viu que um animal foi morto para que sua pele cobrisse a sua nudez e a de Eva, por causa da sua transgressão. Cer­tamente ele ensinou a seus filhos o caminho da comunhão com Deus através dos sacrifícios. Abel fez o mesmo. Noé também. Os demais de vida piedosa que se seguiram, sem dúvida, agiram do mesmo modo. Esses sacrifícios de animais inocentes: a) Testemunhavam que "o salário do pe­cado é a morte" (Rm 6.23). b) Ensinavam a sublime dou­trina da substituição, tão bem explicada na Epístola aos Romanos, c) Apontavam para o Senhor Jesus Cristo, "o Cordeiro morto desde a fundação do mundo" (Ap 13.8). Como homens de Deus, salientam-se neste período his­tórico: Abel, Sete, Noé e Enoque. A longevidade extraordi­nária registrada nesse tempo tem sua explicação em fato­res como: a) As conseqüências físicas e espirituais do peca­do, que resultam em enfermidades e morte na raça huma­na, tinham apenas começado o seu curso, b) A maldição lançada sobre a terra devido à queda do homem, também, tinha apenas iniciado seus efeitos, c) As condições climaté-ricas eram outras, d) A capacidade da terra na produção de alimentos era também superior, e) A longevidade tam­bém seria necessária para o povoamento da terra, f) Temos ainda a considerar a misericórdia de Deus para com a raça humana incipiente.

No Milênio, quando as condições de vida e o meio am­biente serão maravilhosos, devido à influência pessoal de Cristo, a vida humana será outra vez prolongada.
2. Do Dilúvio a Abraão. De 2348-1921 - 427 anos. O Di­lúvio ocorreu provavelmente em 2348 a.C. Muitas cidades antediluvianas foram reconstruídas como a arqueologia tem provado. A arca de Noé repousou num dos montes da cordilheira do Ararate, perto das cabeceiras do Eufrates. (Veja isso num mapa.) Mas Noé, após o Dilúvio, retornou à sua primitiva terra - Sinar, mais tarde chamada Babilô­nia (Gn 11.2).
Cerca de 100 anos após o Dilúvio, deu-se a dispersão das raças mediante o juízo divino da confusão das línguas (Gn 11), para obrigar os povos a cumprir o que Deus deter­minara sobre o povoamento da terra (Gn 9.1,7). Ninrode, contrariando o plano divino, constituiu uma federação de cidades-reinos, tornando-se, assim, o fundador do imperia­lismo. Era isso um plano de Satanás para neutralizar a or­dem divina. Coisa idêntica acontecerá durante a Grande Tribulação, quando o Inimigo unificará as nações contra o Senhor Jesus Cristo (Ap 16.14; 19.19). irvi
Na dispersão provocada pelas línguas, os semitas, des­cendentes de Noé, fixaram-se nos vales do Tigre, Eufrates e regiões próximas do Leste da Ásia. Dos semitas, surgiram grandes civilizações como os elamitas, os assírios, os cal-deus, os arameus ou sírios (estes depois mesclaram-se com os poderosos mitânios), os árabes, e os hebreus. A esta al­tura dos fatos, é oportuno observar que antes da dispersão das raças, Noé, tomado de espírito profético, descreveu de antemão o futuro das três grandes raças-troncos originais, isto é, semitas, camitas ejafetitas (Gn 9.25-27). Tal profe­cia vem cumprindo-se admiravelmente através dos sécu­los. Segundo essa profecia, o papel dos semitas seria mais religioso do que secular. ("E habite Ele nas tendas de Sem", v 27). Isto cumpriu-se de modo cabal em Cristo, se­gundo Mateus 1.1 e Hebreus 7.14.
Os camitas (descendentes de Cão) ocuparam a Arábia Meridional, o Leste do Mediterrâneo, o Sul do Eufrates e o Leste da Ásia. Ocuparam também a África. A princípio, os camitas evoluíram muito.
Deram origem a povos admirá­veis de que até hoje orgulha-se a História, como: os egíp­cios, os babilônios (primitivos), os turânios (povos da Ásia Central), os sumérios, os mitânios, os hititãs, os amorreus e os indus (primitivos). Os hititas e os amorreus foram dos povos mais poderosos que já existiram. A história dos hiti­tas está sendo desenterrada agora pela pá do arqueólogo. Os não menos importantes fenícios eram também camitas. As primeiras monarquias do Leste da Ásia foram camitas, inclusive o reino da Acádia, na terra de Sinar.
Olhai agora o reverso da História. Os primitivos babilô­nios, camitas, foram subjugados pelos semitas e jafetitãs. Os egípcios foram vencidos pelos hicsos, e depois dura­mente castigados com pragas. Canaã foi conquistada pelos hebreus sob Josué. Os notáveis fenícios, especialmente os de Cartago, foram derrotados pelos romanos jafetitas. To­dos os demais povos originários de Cão foram vencidos ou absorvidos pelos semitas e jafetitas, restando presente­mente em grande escala apenas a África, cujo povo viveu até há pouco no subdesenvolvimento, na escravidão, e for­necendo escravos. Grande parte dos povos da Ásia Orien­tal é originariamente camita. Sofrem de retardo, com exceção do Japão, depois de haver recebido a influência e cultura ocidental. Portanto, o progresso dos jafetitas está na profecia. É interessante notar que a maldição foi profe­rida contra a descendência de Cão, quando ele é que foi o transgressor. Talvez a maldição não tenha caído sobre Cão, por ser ele crente: caiu sobre a sua descendência in­fiel.
Vejamos agora os jafetitas. Conforme a profecia, Jafé seria engrandecido. E assim vem acontecendo através dos séculos. Povoaram eles parte da Ásia, originando as raças arianas e indianas, as quais procederam do Cáucaso; os persas (donde procedem os atuais iranianos e os medos), povoaram o Ocidente, isto é, a Europa, compreendendo os gregos, os celtas, os iberos, os germanos e os russos. De con­formidade com a profecia mencionada inicialmente, de­senvolveram as artes, ciências e a indústria. São atual­mente os detentores da cultura mundial. Os povos ameri­canos descendem deles. Não há região do globo onde os ja­fetitas não dominem ou não influam duma maneira ou de outra. Este ligeiro exemplo é um tesouro de história bíbli­ca, como acabamos de ver.

E, como livro de história, a Bíblia não tem comparação. Se não fosse a Bíblia, estaría­mos muito longe dos fatos atuais que são o orgulho da civi­lização moderna.
O capítulo 10 de Gênesis apresenta uma distribuição pormenorizada das raças após o Dilúvio. Ninrode, camita, encabeçou a primeira civilização pós-diluviana. Fundou a cidade-reino de Babel, e em seguida outras mais, mencio­nadas em Gênesis 10.9-12. Uma dessas cidades, Acabe, tornou-se importantíssima. Dela saiu o famoso guerreiro Sargão I, de admiração universal. Os sumérios e os acádios foram os povos mais importantes logo após o Dilúvio. De­pois os acádios suplantaram os sumérios e imperaram em Ur. A família de Abraão, apesar de ser semita, vivia em Ur, que nesse tempo conquistara a liderança do mundo como capital da Suméria. Abraão deve ter nascido em Ur em 1996 a.C. Esse reino dominava do golfo Pérsico ao Me­diterrâneo. Era rei nessa época o famoso Hamurabi, da di­nastia acadiana, identificado como o Anrafel de Gênesis 14.1. Seu célebre código de leis, gravado em pedra, foi encontrado em 1902, em Susa. Ur foi grande centro literário. Depois que Abraão partiu de Ur, Babilônia assumiu a dianteira.
- Como Abraão veio conhecer a Deus em meio a tanta idolatria? (Js 24.2). Está confirmado pela História e pela Arqueologia que a religião dos povos primitivos era mono-teísta (Rm 1.20). Além disso, Sem foi contemporâneo de Abraão durante 150 anos, conforme capítulos 5 e 11 de Gê­nesis, e pode ter-lhe transmitido diretamente a revelação divina. Deus também podia revelar-se diretamente a ele, pois é soberano, inclusive na chamada (Ver Marcos 3.13).
Este período que acabamos de estudar é relatado em Gênesis, capítulos 6-11.

II. A ÉPOCA DE ISRAEL

Israel é o centro da história bíblica: A história bíblica de Israel está dividida em 9 períodos.
1. Período Patriarcal, que vai de Abraão a José, e de Canaã ao Egito. Tempo: 1921-1635 a.C. - ano da morte de José. É descrito em Gênesis capítulos 12-50. É com Abraão que começa a história de Israel como povo eleito.
É ele o pai da raça hebréia (SI 105.6; Jo 8.56). Em Ur, Deus cha­ma Abraão para fundar uma nação escolhida, para, por meio dela, executar o plano de redenção da raça humana. Abraão segue para Canaã, parando em Harã. Ali encontra os mitânios, povo influente na época, identificado como os arameus.
Abraão era homem de grandes recursos, um estadista relacionado com reis e demais pessoas de grande projeção e influência. Devemos conhecer mais de perto este grande herói da fé. Ninguém vá pensar que ele era uma figura gro­tesca de beduíno, com cajado na mão, saco no ombro, guiando um rebanho de gado, como se vê em muitas gravu­ras. O quadro desenhado na Bíblia é outro bem diferente. O manual de Geofrafia Bíblica de A. Luce, registra que nas escavações de Ur foi descoberto um contrato de venda de camelos com a firma de Abraão. O Patriarca conheceu o que o mundo tinha de grande em seus dias.
Quando Abraão chegou a Canaã, a terra estava ocupa­da por nações excessivamente ímpias, corrompidas e idola­tras. Teria de ser conquistada. Em Gênesis, capítulo 15, Deus revela o plano de tudo a Abraão, e depois, por meio de José, enviado ao Egito, dá cumprimento a esse plano. O Faraó que elevou José deve ter sido Apepi II, da 16? dinas­tia. José chega a ser Primeiro Ministro e chama todos os descendentes de Abraão ao Egito, onde inicia uma fase de grande desenvolvimento às custas daquele país... Os cami­nhos de Deus são maravilhosos! O Egito era então um im­pério universal, governado por uma dinastia de reis semitas, da mesma origem que José - os hicsos. Os israelitas são bem recebidos no Egito, e ocupam o melhor da terra em Gósen. Os hicsos eram tribos asiáticas, notadamente semitas, que dominaram o Egito durante o tempo em que os israelitas permaneceram lá. Após a morte de José, os naturais retomaram o poder, e começou a perseguição con­tra os israelitas. Isso tinha por finalidade retemperar o ca­ráter do povo para as agruras e, ao mesmo tempo, evitar que ele se misturasse com os egípcios. Os líderes espiri­tuais do período patriarcal são Abraão, Isaque, Jacó e José.
Israel no Egito. Este período vai da morte de José ao Êxodo, isto é, de 1635-1491. Abrange o tempo da escravi­dão no Egito. Estritamente falando, a estada de Israel no Egito inicia-se com a ida dos irmãos de José para compra­rem mantimento (Gn 42).
O período acha-se descrito nos primeiros 12 capítulos do livro de Êxodo. As datas aqui mencionadas estão alteradas, conforme o novo sistema cronológico já aludido. A ciência arqueológica mostra que a cidade de Jerico caiu sob os israelitas em 1440 a.C. Ora, considerando que os israelitas levaram 40 anos no deserto, o êxodo teria ocorrido em 1400 a.C. Muitos eruditos de re­nome dão realmente esta data para o êxodo dos judeus. Entretanto, as mais recentes pesquisas científicas, ainda incompletas, levadas a efeito nas terras bíblicas, levam os arqueólogos a fixar a data do êxodo entre 1300 e 1250 a.C. Outros fixam a data em 1290 a.C. Aguardemos a conclusão dos estudos e pesquisas em processamento, que certamen­te estabelecerão os fatos em bases sólidas. Os cientistas nunca param as pesquisas nesse sentido.
Após a morte de José (1635?), os israelitas ainda tive­ram uns 60 anos de bonança antes de começar a escravi­dão. Esse tempo jaz entre os vv 7 e 8 do capítulo 1 do livro de Êxodo. O rei que não conhecia José (Êx 1.8) é apontado por todos os orientalistas como sendo Amósis I, da 18ª di­nastia, príncipe tebano. Daí ao êxodo (1491) há quase 100 anos - tempo que durou a escravidão, o tempo de aflição. Quanto ao tempo total de permanência de Israel no Egito segundo Êxodo 12.40,41, é discutido no capítulo "Cronolo­gia". Ao findar a escravidão, a nação estava pronta para a conquista de Canaã.
No momento preciso, Deus tirou seu povo do Egito por meio de Moisés, homem que Ele mesmo preparara no de­serto, nos 40 anos que antecedem o êxodo. Dos seus 120 anos, 40 foram vividos no palácio de Faraó (exceto os anos que viveu com seus pais antes de ser entregue à filha de Faraó). Durante estes primeiros 40 anos, ele recebeu ins­trução universitária (At 7.22). Os outros 40 anos foram passados no deserto, onde Deus se revelou a ele, e o prepa­rou para os 40 anos finais, nos quais seria o condutor do seu povo. Foi um dos maiores homens da História. Um israeli­ta preparado na corte mais adiantada do mundo de então. Ele tanto soube viver no palácio, como no deserto, o que muito nos ensina.

3. Israel no Deserto. Este período vai do êxodo ao últi­mo acampamento de Israel em Sitim, nas planícies de Moabe (Nm 22.1; 33.48,49; Js 2.1). Tempo: 1491-1451-40 anos. É descrito nos livros de Êxodo a Deuteronômio. O Egito, estava agora sendo governado pelo seu próprio povo. Os hicsos foram expulsos, como já declaramos, por Amósis I. É consenso quase geral entre os doutos na matéria que o Faraó da opressão dos israelitas foi TOTMÉS III (1501-1447 a.O), casado com sua meio-irmã, a rainha Hatchep-sute, filha de Totmés I. Esta rainha foi a primeira grande mulher da História. Totmés III foi um dos maiores reis do Egito. Seu túmulo está em Tebas e sua múmia no museu do Cairo. Há também outro número de sábios que apon­tam o Faraó da opressão como sendo Ramsés II, outro dos mais famosos Faraós do Egito, o qual sucedeu a Totmés

III. Se foi Ramsés II, então a princesa que salvou o pequeno Moisés foi Termútis, a esposa de Ramsés e filha de Seti I.
Quanto ao Faraó do êxodo, o maior peso de conclusões recai sobre AMENOTEPE II (1447-1420). Outro também muito referido é o Faraó MERNEPTA II, filho de Ramsés II.
Este terceiro período da época de Israel tem lugar no deserto, entre a terra de Gósen, no Baixo Egito e o país de Canaã. A rota seguida foi através do Sul e do Leste da península do Sinai e dos reinos de Edom, Moabe e Seom, na terra dos amorreus ou amoritas, reinos situados ao sul e a leste de Canaã. (Veja o mapa correspondente.)
Neste período, Israel torna-se um estado. A Lei foi pro­mulgada, expressando o caráter santo de Deus, e regulan­do o culto religioso e o governo nacional. Os sacrifícios de animais, já observados desde o albor da história, são ceri-moniosamente instituídos, apontando sempre para Cristo como a perfeita expiação do pecado. O tabernáculo é le­vantado e consagrado, e seus oficiais - os sacerdotes - tam­bém. O tabernáculo gravitava em torno da arca santa que representava a presença de Jeová (Êx 25.22). A Lei veio 430 anos após Abraão, em 1921 a.C. (Gl 3.17).
A Lei, como pacto com Israel, foi abolida (2 Co 3.14). Dela permanecem os princípios morais que são eternos, e são repetidos no NT. O sábado, por exemplo, como dia fixo de descanso, pertencia ao antigo pacto (Éx 31.15-17) e não vem repetido em o Novo Testamento.
A razão de aparecerem na Lei menções de atos indecen­tes é devido às práticas imorais e demoníacas das nações que seriam vizinhas de Israel. Eram medidas preventivas da parte de Deus. Tenhamos isto em mente, pois a Palavra de Deus é pura (SI 119.140). A arqueologia está desenter­rando coisas dos povos cananeus daqueles dias que nos fa­zem corar de vergonha, e também ficar horrorizados, como seja, a prostituição religiosa compulsória, e prática do in­cesto e os sacrifícios de criancinhas.
Após a morte dos primogênitos egípcios, tanto Faraó como o povo em geral estavam dispostos a deixar os israeli­tas saírem do Egito. E saíram mesmo, levando grandes ri­quezas, conforme a promessa de Deus a Abraão em Gênesis 15.14. Verifique o cumprimento disso em Êxodo 3.21,22; 11.2,3; 12.35,36; Salmo 105.37. Que cena: os egíp­cios enterrando seus primogênitos e os israelitas saindo ri­cos!
O ponto de partida foi Ramessés, que, além de ser cida­de, era também uma região (Êx 12.37).
Não era do plano de Deus que Israel peregrinasse qua­renta anos no deserto. Este tempo todo decorrido foi para que morressem os murmuradores que tentaram ao Senhor (Nm caps. 13; 14). Por ocasião das passagens acima, Deus declarou que todos os israelitas de 20 anos para cima, mor­reriam no deserto: não entrariam na Terra da Promessa (Nm 32.8-15). Trinta e oito anos estiveram dando voltas...
Ora, Israel, três meses após sair do Egito, acha-se no Sinai (Êx 19.1). Aí permaneceram 11 meses, atingindo, as­sim, o segundo ano de viagem (Nm 10.11). Partiram do Si­nai, e, após Tabera (Nm 11.3), Quibrote-Hataavá (Nm 11.34,35), chegaram a Cades, no Deserto de Para, no mes­mo ano - o segundo (Nm 13.26). Tabera foi o local onde o povo provocou a ira do Senhor (Dt 9.22). O "Povo misto" que saíra do Egito acompanhando os israelitas (Êx 12.38), começou a chorar pedindo "carne" (Nm 11.4-9). Aquele povo misto representa hoje os membros da igreja não-convertidos. São apenas "acompanhantes". Esses foram uma fonte de perturbação para Israel durante toda a jorna­da. Hoje eles dão o mesmo trabalho nas igrejas. São car­nais, mundanos, desobedientes, recalcitrantes. Por baixo da capa de cristão, abrigam uma natureza tipicamente "egípcia".

Trinta e oito anos depois de Cades, Israel chega ao mes­mo local! (Nm 20.1; Dt 2.14). Trinta e oito anos peregri­nando, porém, dando voltas, sem fazer progresso! O leitor tem tido experiências assim? (Cades tem também outros nomes como: Cades-Barnéia, Para, Sin, Ritma. (Ver Nú­meros 33 e outras passagens correlatas.)
Durante 38 anos, Israel, em vez de caminhar para Ca-naã, estava caminhando para morrer (Nm 14.26-35; 32.11-15). É uma infelicidade o pecado de murmuração ou male-dicência. Murmurar é falar mal às escondidas (Nm 14.27). Este foi o grande pecado de Israel no deserto (1 Co 10.10).
Murmuração e maledicência são uma mesma coisa; mexe­rico não (Lv 19.16); este é levar e trazer fatos, com inten­ções malévolas, mesmo que sejam verídicos.
Os grandes líderes espirituais nacionais deste período são, do lado civil: Moisés e Josué. Do lado religioso: Arão e Eleazar.
O período termina com a morte de Moisés e com Israel acampado nas campinas de Moabe, a leste do Jordão, e ao norte do mar Morto (Nm 33.49).
Moisés, antes de morrer, conquistou a região a leste do Jordão, do mar Morto ao monte Hermom (Dt 3.8), distri-buindo-a da seguinte maneira: o reino amorita, governado por Seon, com sua capital em Hesbom, Moisés deu a parte Sul a Rúben, e a parte Norte - a região chamada Gileade -a Gade. O reino de Basã, ao norte, governado por Ogue, com a capital em Astarote, Moisés o deu à metade da tribo de Manasses, bem perto de Gileade.
4. A conquista de Canaã. Tempo: 1451-1444 - 7 anos. É descrito no livro de Josué. Este é o primeiro período de Is­rael em sua própria terra.
Agora, já sob o comando de Josué, Israel cruza o rio Jordão e acampa-se em Gilgal, junto a esse rio. Gilgal ficou sendo a base de operações de Israel durante toda a con­quista. Esta teve três fases: Sul, Centro e Norte.
Mais ou menos na metade da conquista, o tabernáculo é armado em Silo (Js 18.1), e aí fica a arca até o tempo dos Juizes. A conquista não foi bem sucedida porque os israeli­tas não destruíram totalmente os povos vizinhos, como lhes tinha sido ordenado.
Por causa desta fraqueza e com­placência, tornaram-se impotentes para conquistar toda a terra prometida. A terra tinha sido prometida, mas era preciso ser conquistada palmo a palmo. O mesmo acontece hoje. A "terra prometida" é a obra a ser feita, bem como as bênçãos prometidas. Tem você, leitor, conquistado toda a "terra prometida"? (1 Co 3.22).
Deus, reiteradas vezes, os avisara acerca desses povos pagãos, que deveriam destruí-los. (Ler Levítico 18; 20.1-23; Números 33.50-55; Deuteronômio 7.1-5; 18.9-14 para saber o porquê da ordem divina tão aparentemente estra­nha e tão criticada pelos inimigos da verdade.) A prostituicão, a idolatria e o espiritismo eram pecados entranhados nos povos cananeus.
Enquanto Israel obedeceu, conquistou, mas quando tergiversou, tornou-se impotente. As divindades idolátri-cas que os arqueólogos continuam desenterrando represen­tam uma moral baixíssima. Apresentam aspectos alta­mente indecentes. - Será de estranhar que Deus ordenasse o extermínio desse tumor purulento - os povos cananeus, vizinhos de Israel? Os arqueólogos e demais cientistas que se defrontam em primeira mão com os fatos imorais, desu­manos e satânicos, ficam admirados porque Deus não os destruíra há mais tempo; porque os suportara tanto tem­po. Toda a terra de Canaã era uma Sodoma. O mesmo fato está ocorrendo perante os nossos olhos no mundo hodierno.
Ora, por meio de Israel, Deus estava estabelecendo uma nação sua, preparando, assim, o caminho para a vin­da de Cristo, o qual, milênios depois veio dessa nação. A destruição dos cananeus visava preservar Israel da idola­tria e de práticas vergonhosas que trariam sua ruína. Tam­bém Deus queria implantar o princípio bíblico de que há um só Deus, santo, justo e poderoso. (Predominava o poli-teísmo entre os cananeus.)
A tragédia é que a conquista não foi total, e isto resul­tou em duros castigos e sofrimentos para Israel (Ler Juizes 1.27-36; 2.1-5). Uma síntese do resultado desta falha de Is­rael está em Juizes 3.1-6. Muita terra ficou para ser con­quistada (Js 13.1).

Muitos crentes sabem que há "territó­rio" em si que não está em poder do Senhor, e isto lhes traz sérios embaraços, empecilhos e problemas. (Ler todo o capítulo 23 de Josué.)
O livro de Josué vai até o ano da sua morte: 1425 a.C, cobrindo, assim, um período de 23 anos.
5. Os Juizes. Tempo: 1425-1095 a.C. - mais de 300 anos (Jz 11.26). Este período vai da morte de Josué ao fim do governo de Samuel. Livros do período: Juizes, Rute e 1 Sa­muel capítulos 1-9. Foi um tempo de apostasia em Israel. A fotografia daquele povo está em Juizes 2.10b. Israel não resistiu aos influxos dos cultos e costumes cananeus. Por toda parte havia um novo deus e um novo culto. Os hebreus precisavam estar em estreito contato com Deus para se manterem acima das influências nocivas ao seu re­dor, o que não aconteceu. Isto deve preocupar nossa aten­ção hoje em dia, pois o mesmo fato procura ter lugar atual­mente nas igrejas. Enquanto Israel andou com Deus, sujei­tou seus inimigos. Quando misturou-se com eles, perdeu a força: ficou estacionário, impotente.
O centro religioso nacional ficou nesse tempo em Silo. Temos então o governo dos juizes. Essa forma de governo diz-se que era teocrática, isto é, Deus era o governante di­reto da nação, porém, o povo não levava Deus muito a sé­rio. Era obstinado e ingrato (SI 106, todo). Samuel, o últi­mo juiz, foi também sacerdote e profeta (1 Sm 3.20; At 3.24). Outros profetas deste período: dois anônimos (Jz 6.8-10 e 1 Sm 2.27-36) e Débora, mulher (Jz 4.4.)
O Período dos Juizes foi marcado por anarquia, guerra civil, idolatria, invasões estrangeiras e opressões. O livro de Juizes termina afirmando laconicamente que "cada um fazia o que parecia reto aos seus olhos" (Jz 21.25). O maior líder espiritual do período foi Samuel, que era juiz, sacer­dote e profeta (1 Sm 3.20; 7.9,15).
1. Monarquia. Tempo: 1095-975 a.C. - 120 anos. Este período abrange os reinados de Saul, Davi e Salomão. Li­vros: 1 Samuel 9 a 1 Reis 12. Também 1 Crônicas 10 a 2 Crônicas 10. É o período áureo e esplendo roso de Israel. Saul teve como capital a cidade de Gibeá (1 Sm 10.26). Davi, no seu reinado, conquistou Jerusalém das mãos dos jebuseus e fê-la sua capital (2 Sm 5.6-10).
A primeira capi­tal de Davi foi Hebrom (2 Sm 5.4,5). Deus fez aliança com Davi, declarando-lhe que jamais lhe faltaria descendente sobre o trono de Israel (2 Sm 7.16), o que se cumpriu no Se­nhor Jesus Cristo. Jesus é descendente de Davi (Mt 1.1).
O templo de Deus é construído no reinado de Salomão. Edifício imponente e magnificente. Sua planta Deus mes­mo a revelou a Davi (1 Cr 28.19). Assim acontecera com o tabernáculo no tempo de Moisés (Êx 25.9). Conforme a descrição bíblica, o valor do templo é calculado moderna­mente pelos estudiosos da Bíblia em mais de 2 bilhões de dólares. Era voltado para o Oriente. Foi construído por 30 mil israelitas e 150 mil cananeus - estrangeiros que habita­vam na Palestina (1 Rs 5.13; 2 Cr 2.17,18; 8.7,8). Sua construção levou sete anos (1 Rs 6.38). O material do templo era preparado distante do local da construção e era coloca­do na obra sem se ouvir qualquer barulho de ferramenta (1 Rs 6.7). Tudo isso tem profunda aplicação espiritual. O majestoso edifício foi inaugurado em 1044 a.C.
Foi nesse período que a nação teve sua maior área geo­gráfica devido às conquistas de Davi e Salomão; este che­gou a dominar do Eufrates a Gaza (1 Rs 4.24). Mesmo as­sim ainda não foi abrangida a área total prometida por Deus a Abraão, a qual ainda terá cumprimento pleno (Gn 15.18). O período de tempo do êxodo dos israelitas (sua saí­da do Egito) a Salomão é de 480 anos (1 Rs 6.1).
Profetas deste período (todos não-literários, isto é, suas profecias não foram escritas):
• Um grupo, inclusive Saul (1 Sm 10.10)
• Gade (1 Sm 22.5)
• Nata (2 Sm 7.2). Este, juntamente com Gade eram também capelães da corte
• Aías (1 Rs 11.29)
1. O Reino Dividido. Tempo: 975-606 a.C - mais de 300 anos. Este período vai da divisão do reino aos cativeiros dos reinos do Norte e do Sul. Livros: 1 Reis capítulos 12-22; 2 Reis (todo), e 2 Crônicas capítulos 10-36.


Salomão governou bem, no princípio, sendo humilde e piedoso. Ao envelhecer, tornou-se idolatra e teve inúmeras mulheres, sendo muitas dos povos pagãos. Por isso Deus trouxe a divisão do reino. O profeta Aías proferiu isso em 1 Reis 11.29-31. Em 935, morreu Salomão. O novo rei é Ro-boão, seu filho. Este rei provocou a divisão já predita por Aías, e retardada por Deus em consideração a Davi (1 Rs 11,12).
A divisão do Norte chamou-se Israel. É nas profecias também chamado Efraim e Samaria. Teve 10 tribos. Seu primeiro rei foi Jeroboão I. A religião oficial foi o culto do bezerro. Jeroboão importou tal religião do Egito, onde esti-vera homiziado por razões políticas. Afundou no baalismo - culto indecente e desumano a Baal e sua consorte - Asto-rete. Os profetas Elias e Eliseu, auxiliados pelo rei Jeú, co­mandaram a batalha contra esse culto idolatra. A deca­dência espiritual desceu a ponto de praticarem espiritismo e sacrificarem crianças aos deuses pagãos, num ritual satâ­nico, conforme vai descrito em 2 Reis capítulo 17.
A capital do reino foi Samaria, isto a partir do rei Onri. Antes, serviram como capital Siquém, Penuel e Tirza. Em 734 o reino começou a ser levado em cativeiro para a Assí­ria (2 Rs 15.29). Nessa ocasião, o rei assírio Tiglate-Pileser III (conhecido também como Pul) levou em cativeiro as partes Norte e Leste do referido reino. É o chamado cati­veiro galileu. Em 721 a.C, outro imperador assírio - Sar-gão II, completou o cativeiro do reino de Israel, levando o restante dos seus habitantes para a Assíria (2 Rs 17.6). Sargão é o rei citado em 2 Reis 17.6 e Isaías 20.1. A Assíria enviou povos de seus domínios, inclusive de Babilônia, para repovoar as cidades de Samaria (2 Rs 17.24; Ed 4.2,10). Isso deu origem à religião mista dos samaritanos (2 Rs 17.29-41), que se prolonga até os tempos do Novo Testa­mento (Jo 4.9).
A Assíria foi império mundial por 300 anos (885-607 a.C). Ocupava o vale do Tigre, ao norte de Babilônia, en­quanto Babilônia mesma ocupava o vale ao sul, abarcando o Tigre e o Eufrates. Os assírios foram grandes guerreiros. Praticavam muito a pirataria, fazendo incursões noutras terras. Tornaram-se famosos nisso. Era um povo cruel.
Seus prisioneiros eles esfolavam vivos, ou então cortavam-lhes mãos, pés, nariz, orelhas; vazavam-lhes os olhos, ar­rancavam-lhes a língua, e praticavam outras atrocidades. Sua capital era a grande Nínive. Jonas, profeta do reino do Norte, tomado de sentimento patriótico, recusou pregar a mensagem de arrependimento aos ninivitas, e só o fez compelido por Deus. Assim, o Império Assírio destruiu o Reino do Norte.
O reino de Israel, do qual estamos falando, durou cerca de 250 anos. Teve 19 reis, sendo Oséias o último. Todos adoraram o bezerro. O pior deles foi Acabe. O melhor foi Jorão. Este quebrou a estátua de Baal, mas adorou o be­zerro levantado por Jeroboão. Nenhum dos 19 reis procu­rou levar o povo ao encontro de Deus.
A partir desta época, a cronologia bíblica é mais preci­sa. As Olimpíadas Gregas, iniciadas em 776 a.C, e realiza­das cada quatro anos são um guia razoável para o cálculo de datas. Outra fonte de valor de que lançam mão os dou­tos no assunto são os anais de Roma, cidade-estado funda­da em 753 a.C.
Profetas do Reino do Norte. Pela ordem cronológica.
Não-literários:
• Os dois anônimos mencionados em 1 Rs 13
• Elias (1 Rs 18.1,22)
• Um outro anônimo (1 Rs 20.13)
• Micaías (1 Rs 22.8)
• Eliseu (2 Rs caps. 2-7)
• Obede (2 Cr 28.9) Profetas literários:
• Jonas, com mensagem especial para Nínive
• Oséias
• Amos. Este foi profeta de Judá, mas com mensagem para Israel
• Miquéias. Caso idêntico ao de Amos
A Assíria, além de destruir o reino do Norte, invadiu Judá em 713 (2 Rs 18.14-16) e capturou todo Judá menos Jerusalém, em 701 (2 Rs 19). Nessa ocasião o anjo do Se­nhor feriu 185 mil assírios. Em ambos os casos, o rei envol­vido foi Senaqueribe.
A Assíria foi vencida por Babilônia em 607 a.C.

O reino do Sul chamou-se Judá. Teve duas tribos: Judá e Benjamim. Muitos de Efraim, Manasses e Simeão tam­bém se uniram a Judá (2 Cr 15.9; 34.1,3,6). Simeão ficava ao sul de Judá, sem meios de comunicação com as tribos do norte. A capital continuou sendo Jerusalém. Durou pouco mais de 100 anos após o cativeiro do Reino do Norte. Religião oficial: o culto a Deus, entretanto afundou tanto na impiedade, inclusive no baalismo e práticas cananéias, que não houve remédio senão parar no cativeiro babilôni-co. Procedeu pior que o Reino do Norte (Ez 16.46-48). Os profetas bradaram em vão. Teve 20 reis, sendo o último Zedequias. Seus bons reis foram três: Ezequias, Josias e Joás. O pior de todos foi a satânica Atália. A mensagem principal dos profetas era contra a idolatria.
Foi levado em cativeiro para Babilônia em três levas sucessivas, assim:
1) Em 606 a.C. Nabucodonosor - um dos maiores mo­narcas de todos os tempos, 29 rei do novo império babilôni-co, subjugou Jeoaquim, rei de Judá, que ficou sendo seu servo. Saqueou o templo. Levou cativos os membros da família real, inclusive Daniel (Dn 1.1-3,6). A contagem dos setenta anos de exílio começou nessa data. Jeoaquim, após três anos, rebelou-se contra Babilônia (2 Rs 24.1).
2) Em 597 a.C. Nabucodonosor volta. Saqueia o tem­plo. Leva o rei Joaquim (filho de Jeoaquim) além de 10.000 outros judeus, entre príncipes oficiais e líderes - a aristo­cracia judaica. Põe Zedequias, irmão de Joaquim, como rei em lugar deste. Nesta leva foi também o profeta Ezequiel. O fato vai descrito em 2 Reis 24.10-17; 2 Crônicas 36.9,10.
1. Em 587 a. C. O exército de Nabucodonosor sitia a ci­dade de Jerusalém. Após um ano e meio de assédio, isto é, em 586 a.C, a cidade cessa a resistência ao cerco. Os víve-res acabam. A fome apodera-se do povo. A cidade é toma­da de assalto. Zedequias é preso quando se evadia, e leva­do a Ribla em Hamate, onde está Nabucodonosor. Aí seus olhos são vazados e é conduzido à Babilônia. Um mês após este acontecimento (Jr 52.6,12), Jerusalém é incendiada e o templo destruído totalmente por Nebuzaradan; à frente do exército de Nabucodonosor. Os que não foram mortos à espada, foram levados cativos. Um remanescente consti­tuído de gente pobre foi deixado na terra.
Gedalias foi no­meado governador sobre eles. Este mesmo remanescente, temendo novo ataque dos babilônios, fugiu para o Egito. O fato está descrito em 2 Reis 25.1-22; Jeremias capítulos 39,52. Segundo este último capítulo, outros cativos segui­ram após esta ocasião, mas, em número reduzido. O núme­ro total de cativos levados a Babilônia ninguém sabe. O re­gistro bíblico é impreciso.
Assim findou aparentemente o reino de Davi. Com o advento de Cristo, este reino reviveu, e terá sua plenitude no Milênio (Lc 1.32,33).
Isaías e Miquéias, profetas contemporâneos do reino de Judá, predisseram este cativeiro cem anos antes de reali­zar-se (Is 39.6; Mq 4.10). Jeremias predisse que a duração do cativeiro seria de 70 anos (Jr 25.11,12).
Profetas de Judá antes do exílio:
Não literários:
• Semaías (2 Cr 12.5)
• Ido (2 Cr 12.15)
• Azarias (2 Cr 15.1)
• Eliézer (2 Cr 20.37)
• Um anônimo (2 Cr 25.15)
• Hulda (mulher - 2 Rs 22.14)
• Profetas anônimos (2 Rs 23.2)
• Urias (Jr 26.20-23)
• Hanani (2 Cr 16.7-10)
• Jaaziel (2 Cr 20.14-18)
O cativeiro durou 70 anos: 606-536 a.C. Livros escritos durante o período e que o descrevem: Jeremias (especial­mente caps. 39ss); Lamentações, Ezequiel, Daniel, Es-dras, Neemias, Ester, Ageu, Zacarias, Malaquias.
Profetas desse tempo:
• Daniel, na corte do Império Babilônico. Era de famí­lia real.
• Ezequiel, no campo, entre os cativos. Sua mensagem é dirigida a todo o Israel. Era sacerdote.
• Jeremias, entre o remanescente deixado na Palesti­na.

O cativeiro curou Israel da idolatria até hoje. Desde en­tão, os judeus poderão ser acusados de outros pecados, mas não de idolatria. O cativeiro trouxe ainda outras bênçãos. As Escrituras começaram a ser estudadas, copiadas e ensi­nadas. Surgiram nesse tempo as sinagogas, pelo fato de os judeus terem ficado privados do seu grandioso templo. Sentiram também a causa do seu infortúnio (SI 137). Es­tas e muitas outras bênçãos, oriundas do cativeiro, levam-nos ao Salmo 119.71, onde vemos que a aflição é um meio de aprendizagem com relação a Deus.
Em Babilônia os judeus aprenderam o aramaico, língua oficial do Império Babilônico e também língua fran­ca do Oriente Próximo. Babilônia dominou o mundo por 70 anos: 606-536 a.C, exatamente o tempo em que os judeus estiveram ali desterrados. Os imperadores babilônios du­rante o exílio de Israel (isto é, durante todo o Império Ba­bilônico) foram:
• Nabopolassar (625-604 a.C.). Sacudiu o jugo assírio em 625 e fundou o Novo Império Babilônico. Em 606, com o auxílio dos medos, conquistou e destruiu Nínive, a capi­tal do Império Assírio. Em 605 venceu o Egito na famosa batalha de Carquêmis.
• Nabucodonosor (606-561 a.C). O maior governante babilônico. Levou os judeus para o cativeiro e destruiu Je­rusalém. Levou 20 anos para consumar o cativeiro. Poderia ter feito isso de uma vez. É possível que Daniel, que era seu conselheiro, tenha contribuído para retardar a destruição do reino de Judá. Que Daniel influiu na personalidade da­quele monarca é visto no livro do referido profeta. A provi­dência divina é graciosa e maravilhosa: durante todo o ca­tiveiro babilônico, Deus tinha um profeta na corte, que era, ao mesmo tempo, estadista. É também o caso de José assistido por Deus no Egito, e Davi no deserto, ambos no dia da adversidade.
• Evil-Merodaque (561-560).
• Neriglissar (559-556).
• Labás-Marduque (555-536).
O profeta Daniel conviveu com todos estes imperado­res, inclusive, é claro, Nabucodonosor (Dn 1.21).
Em 536 a.C, a Pérsia subjugou Babilônia e dominou o mundo até a elevação dos gregos em 330. Antes disso, a Pérsia vencera a Média, formando, desde então, um só domínio.
Ao terminar os 70 anos de exílio, Ciro, o primeiro gover­nante persa, proclamou o retorno dos judeus, bem como a restauração do país de Israel, o qual durante o domínio persa chamou-se "Província de Judá" (Ed 5.8). Nos docu­mentos era também mencionado como uma das terras de "Além do Rio" (Ne 2.7,9). A restauração do país levou pouco mais de 100 anos: - 536-432 a\C Nesse período, o templo foi reconstruído e o Antigo Testamento concluído. Esse segundo templo, conforme Josefo - o historiador ju­deu, tinha apenas a metade do tamanho do de Salomão, e não era rico em ouro nem prata, como aquele.
Nos anos da reconstrução, aumentou também o ódio entre judeus e samaritanos, iniciado em 2 Reis 17.24ss.
Ocorreu então o cisma definitivo entre judeus e samarita-nos.
Ester, uma formosa judia, dentre os cativos de Israel, veio a ser rainha da Pérsia, em 478 a.C, ou seja 58 anos após o retorno dos judeus. O livro de Ester situa-se entre os capítulos 7 e 8 do livro de Esdras. Anotem isto os estudan­tes da Bíblia, pois há outros casos similares através do tex­to sagrado.
Ninguém sabe o que teria acontecido aos judeus se Es­ter - uma judia - não tivesse casado com o rei da Pérsia. Aqui, como noutras partes da Bíblia, vemos que, em meio ao necessário castigo, Deus prove alívio e auxílio para que o coração não desespere. É o que diz Davi no Salmo 23.5: "Preparas uma mesa perante mim na presença dos meus inimigos". Deus revela assim sua natureza de amor e ter­nura, "pois não é de bom grado que Ele aflige os homens" (Lm 3.33). Essa jovem judia, sem o saber, cooperou com sua parte para a vinda do Salvador. Seu marido (Assuero) é o Xerxes da História. Teve uma Marinha de 4.000 navios com que atacou os gregos.
Líderes judaicos durante a restauração:
Religiosos: Josué e Esdras.
Civis: Zorobabel e Neemias. Ambos funcionaram como governadores nomeados pela Pérsia.
Profetas do período:
• Ageu e Zacarias, a partir de 520 quando foi reiniciada a construção do templo, que estivera paralisada desde seu início, em 535 a.C.
• Malaquias. Ministrou ao findar o tempo de Esdras e Neemias. Em 433, Neemias voltou à Pérsia, a fim de reno­var sua licença e retornou a Jerusalém em 432 (Ne 13.6). É após esta data que Malaquias entra em cena. Em seu livro, ele não menciona o nome de Neemias. Certamente o gover­nador já era outro quando este profeta escreveu o seu livro. Apenas menciona o "governador". Outras evidências in­ternas do livro mostram que foi escrito após o tempo de Neemias. Malaquias foi o último profeta literário do Anti­go Testamento.
Assim como houve três levas de cativos ao exílio, houve também três levas de repatriados.
Primeira. Em 536, sob Zorobabel e Josué; o primeiro como governador e o segundo como sacerdote. Esta leva deu início à construção do templo, no ano seguinte - 535.
Segunda. Em 457, sob Esdras. Este veio da Pérsia com a missão principal de embelezar o templo, conforme se lê em Esdras 7. Foi ele o fundador do grêmio dos escribas. (Os escribas já funcionavam desde tempos imemoriais). A partir de Esdras, os escribas se organizaram como um cor­po de copistas da Lei. Mais tarde tornaram-se intérpretes da Lei (Mt 23.2). O Talmude começou a formar-se nesse tempo. Entre a 1? e 2? levas de repatriados ocorrem os fatos do livro de Ester (478).
Terceira. Em 445, sob Neemias, homem piedoso e pa­triota. Era copeiro do rei da Pérsia, que nesse tempo era Artaxerxes Longímano (Ne 2.1). A função de copeiro na­queles tempos era de muita confiança. Corresponde hoje à função de ministro. Ele reconstruiu os muros de Jerusa­lém.
Os judeus regressaram falando o aramaico, língua que era falada em toda a Mesopotâmia. Quando as Escrituras eram lidas em hebraico, era preciso fazer a tradução para o aramaico, como se vê em Neemias 8.8.
Entre os repatriados, vieram muitos elementos do ex­tinto Reino do Norte. Lembremo-nos de que parte dos exi­lados daquele reino foi para as cidades da Média (2 Rs 17.6). Ora, a Média e a Pérsia formavam agora um só rei­no, o que tornou praticável a volta de elementos das tribos do Norte. A passagem de 1 Crônicas 9.3, alusiva aos repa­triados, declara que filhos de Efraim e Manasses (tribos de Norte) habitaram em Jerusalém.
Em Esdras 10.25, quan­do da solução do problema de casamento de judeus com mulheres hetéias, o Reino do Norte é mencionado como "Israel" também em Esdras 6.17; 8.35 e 10.5 é mencionado "todo o Israel", querendo dizer povos dos dois reinos. Ana, no Novo Testamento, era da tribo de Aser, do antigo Reino do Norte (Lc 2.36). Nos dias de Paulo e Tiago existiam nú­cleos de todas as tribos (At 26.7; Tg 1.1). É importante sa­ber que mesmo antes da deportação de Judá para Babilô­nia, o reino do Sul já tinha elementos de várias tribos do Norte. (Ver 2 Crônicas 15.9 e 30.11.) Certamente os exilados de Judá, quando voltaram à pátria, passaram pelo alto Eufrates (sendo esse o caminho habitual), onde estavam seus irmãos do Norte e conduziram os que resolveram vol­tar à Palestina. O Senhor Jesus fez menção das 12 tribos reunidas no futuro.
• Jeú (2 Cr 19.2).
• Joel
• Amos, com mensagem também para o Reino do Nor­te.
• Isaías e Miquéias. Foram contemporâneos. Ministra­ram logo após o cativeiro do Reino do Norte. Isaías profeti­zou também para o Reino do Norte, pouco antes da depor­tação das dez tribos.
• Sofonias, de família real.
• Naum. Teve mensagens também para Nínive.
• Habacuque e Obadias. Este teve mensagens para Edom. Estes quatro últimos foram contemporâneos.
• Jeremias. Profetizou antes e durante o cativeiro, em Jerusalém. Suas mensagens não têm ordem cronológica. Foi contemporâneo do grupo de profetas que o precedem. Habacuque o ajudava em Jerusalém.
O ministério dos profetas durou uns quatrocentos anos: 800-400 a.C. Havia escolas de profetas em Betei (1 Sm 10.5), em Rama (1 Sm 19.19,20), Jerico (2 Rs 2.5), Gilgal (2 Rs 4.38).
O cativeiro de Judá, em parte, foi fruto da desobediên­cia dos judeus quanto às palavras do Senhor em Isaías 25.1-7, referentes ao Ano Sabático ou Ano de Descanso, quando a terra descansava um ano. O ano sabático ocorria cada sete anos. Ora, durante os quase 500 anos que vão da monarquia ao cativeiro dos judeus, eles não cumpriram o preceito do Senhor. Resultado: Deus mesmo fez a terra re­pousar, mantendo fora seus maus "inquilinos" por 70 anos.
Ora, 70 anos é o total de anos sabáticos ocorridos no espaço de 490 anos (Lv 26.14,33-36,43; 2 Cr 36.21). Deus sabe lidar muito bem com pessoas e nações que quebram suas leis, mesmo as civis, como esta que acabamos de men­cionar. As leis divinas quando obedecidas, trazem bên­çãos; quando quebradas, punição. Se esta não vem logo, é pela misericórdia de Deus: "Suas misericórdias não têm fim" (Lm 3.22b).
Outras causas do desterro já foram mencionadas em parágrafos precedentes: impiedade, idolatria, desafio atre­vido a Deus, etc. (2 Cr 7.19,20). Ninguém buscava a Deus entre pequenos e grandes (Jr 5.1,4,5). Até os sacerdotes e levitas que deviam verberar contra o pecado, afundavam também na iniqüidade (Jr 23.11; Lm 4.13; Ez 34 [todo]; Jl caps. 1 e 2; Oséias [todo.] O histórico do ponto de vista di­vino, dos pecados de Israel, está em Jeremias 5; 7.30; Eze-quiel 20.
Reinava em Roma quando Jerusalém foi destruída: Tarquínio Prisco.
8. Período do Cativeiro e Restauração (Lc 22.30). Profe­cias de futura reunião das 12 tribos: Isaías 49.6; Jeremias 3.18; 50.4; Ezequiel 37.21,22; Oséias 1.11; Zacarias 8.13.
Benefícios derivados do cativeiro
• A idolatria foi abolida de vez, como já dissemos.
• A lei de Moisés passou a ser respeitada e levada a sé­rio.
• O estudo da Lei foi difundido e intensificado median­te as sinagogas surgidas.
• Renovação da Esperança Messiânica pelo estudo da Palavra de Deus e avivamento espiritual.
• Projeção do sentimento nacionalista. O cativeiro também os ensinou isto (Salmo 137).
Do exposto, Israel foi criado no Egito, destruído pela Assíria e Babilônia, e restaurado pela Pérsia.
1. Período Interbíblico. Vai de Malaquias ao advento de Cristo. Tempo: mais de 400 anos; de cerca de 430 ao iní­cio da Era Cristã. Malaquias deve ter ministrado de 432 a 430, quando deve ter sido encerrado o Antigo Testamento. Este período está profeticamente descrito em Daniel 11 a 12.4.


O Período Interbíblico inicia com Israel sob o domínio persa. "Interbíblico" quer dizer "entre a Bíblia"; isto por­que é um período em branco em que não houve revelação divina escrita. Nenhum profeta se levantou nesse período. O domínio persa prosseguiu por mais quase 100 anos. Os persas foram brandos e tolerantes. Os judeus gozavam de considerável liberdade sob eles.
Durante o Período Interbíblico, Israel esteve sempre sob o domínio estrangeiro, exceto entre 167-63 a.C, quan­do os irmãos Macabeus conseguiram uma heróica e san­grenta independência. Continuou em formação o que mais tarde chamar-se-ia o Talmude. Nesse período, surgiram também a Grande Sinagoga, a versão grega das Escrituras hebraicas chamada Septuaginta, os livros apócrifos do An­tigo Testamento e o Sinédrio, que era o supremo tribunal civil e religioso dos judeus.
Durante o Período Interbíblico vamos encontrar a Ju-déia sob três impérios mundiais - o Persa, o Grego, e o Ro­mano, além do intervalo de pouco mais de 100 anos em que ela esteve independente.
a. A Palestina sob o Império Persa. Após Neemias e Malaquias, toda a Palestina continuou sob os persas por mais quase 100 anos, até 330, quando a Grécia venceu a Pérsia. Judá esteve sob os persas em 536-330 a.C. O centro do Império Persa ficava onde é hoje o Irã. Suas capitais fo­ram primeiramente Babilônia e logo depois Susa, construí­da por Cambises, especialmente para esse fim. Susa é mencionada em Neemias 1.1; Ester 1.2; Daniel 8.2.
A Bíblia menciona o fim do período persa em Neemias 12.22. O "Dario, o Persa" aí mencionado é o Dario Codó-mano, da História: o último rei persa. Reinou em 336-330 a.C. Foi derrotado por Alexandre Magno, da Grécia, em 330, na famosa batalha de Arbela, perto de Nínive. O "Já-dua" aí mencionado, foi o sumo sacerdote que recebeu Ale­xandre em Jerusalém quando ele submeteu a Palestina, em 332, na sua marcha de conquista do Oriente. Como im­pério mundial, os persas dominaram 200 anos.
Nessa ocasião já assomava no horizonte a sombra ameaçadora do que mais tarde viria a ser o maior império do mundo – Roma.


b. A Palestina sob o domínio grego.
Tempo: 330-167 -mais de 150 anos. Em 330, Alexandre, o monarca grego, ti­nha o mundo todo a seus pés, após seis anos de conquistas e doze de reinado. Em 332, como já dissemos, na sua inves­tida para o Oriente, ele submeteu a Palestina, sendo tolerante e benevolente para com os judeus. Com a ampliação do domínio grego, começa a espalhar-se e a predominar a língua grega com sua imensa cultura, preparando, assim, o caminho para o surgimento da Bíblia em grego (a Septua-ginta), e para a vinda do Salvador, o qual encontrou o gre­go predominando em todos os contornos do Mediterrâneo e outras regiões. Tempos após a morte de Alexandre, cada país, além de sua língua, conhecia também o grego. Isso fa­zia parte do preparo para a vinda do Salvador.
Em 323 morre Alexandre, em Babilônia, aos 33 anos de idade. O governo do Império ficara nas mãos de um só ho­mem por pouco tempo. Houve lutas entre os diversos pre­tendentes, e, com elas, as divisões. Finalmente, o vasto im­pério foi dividido entre quatro dos famosos generais de Ale­xandre:
• SELEUCO I, NICÁTOR, ficou com a Síria, Ásia Me­nor e Babilônia. Capital: Antioquia da Síria. A dinastia de reis gregos, da qual foi fundador, teve 18 reis até o ano 65 a.C, quando a Síria foi convertida em província romana.
• PTOLOMEU I, SÓTER I, PTOLOMEU LAGOS (a-parece na História com esses nomes) ficou com o Egito. Capital: Alexandria, que fora fundada por Alexandre, em 332. Fundou a dinastia dos Ptolomeus, os reis gregos do Egito. Houve 15 Ptolomeus até o ano 30 a.C, quando o Egito foi convertido em província romana. Cleópatra VII (famosa na história), foi rainha co-regente, em 52-30 a.C.
• CASSANDRO ficou com a Macedônia e a Grécia. Capitais: Pela e Atenas. Não teve dinastia, como os dois mencionados.
• LISÍMACO ficou com a Trácia. Não teve dinastia.
Resumo Histórico da Palestina sob o Domínio Grego
• Sob a Grécia propriamente dita, isto é, sob Alexan­dre: 332-323 - 9 anos.
• Sob a Síria e Egito, alternadamente: 323-301. Na di­visão do império de Alexandre, a Palestina ficou inicial­mente sob a Síria (323-320). Em seguida sob o Egito (320-314).
E assim passou de uma a outra mão, por várias vezes até o ano 301 a.C, quando o Egito e a Síria fizeram de seu território campo de batalha, onde mediam forças.
• Sob o Egito só: 301-198. Um dos reis deste período foi Ptolomeu II, Filadelfo que reinou de 285-247 a.C. Foi ele que providenciou a tradução em grego das Escrituras Sa­gradas. Construiu também o célebre farol de Alexandria, uma das sete maravilhas do Mundo Antigo, na Ilha de Fa-ros, de onde vem a palavra "farol". Esta fase foi de pro­gresso para os judeus, que tinham boa recepção no Egito. Os apócrifos do Antigo Testamento começaram a surgir nesse tempo. Todos eles foram escritos entre 270-50 a.C.
• Sob a Síria só: 198-167. Um dos reis deste período foi o monstro Antíoco Epifânio, que reinou de 175-167 a.C. Este homem decidiu exterminar o povo judeu e sua reli­gião. É comparável a Herodes, Nero, Hitler e outros da mesma estirpe. Proibiu o culto a Deus. Recorreu a todo tipo de tortura para forçar os judeus a renunciarem sua crença em Deus. Isto deu lugar à revolta dos irmãos Maca-beus.
Durante a época dos Ptolomeus e Selêucidas, a língua grega foi implantada na Palestina. O poder civil passou a ser exercido pelo sumo sacerdote, que exercia também o poder religioso. Sua divisão política nesse tempo constava de 5 províncias ou distritos: JUDÉIA, GALILÉIA, TRACONITES, PERÉIA.
Surgiram também na fase acima as seguintes seitas re­ligiosas:
a) Os Fariseus. (Em hebreu: "separados"). Inicialmen­te, primavam pela pureza religiosa. Seu objetivo era con­servar viva e ativa a fé em Jeová. Depois, tornaram-se se­cos, ritualistas e hipócritas, como Jesus os classificou. Eram nacionalistas.
b) Os Saduceus. (Em hebreu: "justos"). Eram os aris­tocratas da época, adeptos do que chamamos hoje raciona-lismo (At 5.17; 23.8). Eram helenistas, isto é, partidários dos gregos, dos seus sistemas, etc.
1. Os Essênios eram uma ordem monástica, verdadeira irmandade. Praticavam o ascetismo. Viviam nas vizinhan­ças do mar Morto. A raiz, da qual deriva a palavra "essê-nio", significa "piedoso". Pareciam uma seita oriental com mistura de judaísmo. Até hoje não está plenamente esclarecida a origem dos essênios.

c. A Palestina independente sob os Macabeus: 167-63 a.C. O nome "Macabeu" vem de Judas, que tinha este no­me. Como declaramos acima, a partir de 198, a Palestina passou ao controle da Síria. Os primeiros 30 anos foram to­leráveis, mas, em 175 a.C, subiu ao trono da Síria um ho­mem excessivamente mau - Antíoco Epifânio, também co­nhecido como Antíoco IV. Foi violentamente rancoroso para com os judeus. Resolveu exterminar este povo e sua religião. Em 168 ele arrasou Jerusalém, profanou o templo, erigiu nele um altar a Júpiter e imolou uma porca no altar dos holocaustos. Decretou pena de morte para quem prati­casse a circuncisão e adorasse a Deus. Destruiu quantas cópias encontrou das Escrituras. Quem fosse encontrado lendo a Bíblia era morto também. Cumpriram-se as profe­cias de Daniel 8.13, mas, de modo parcial, pois o pleno cumprimento é ainda futuro, conforme Mateus 24.15.
Antíoco recalcado pelos insucessos contra o Egito, vin­ga-se nos judeus. No seu assalto a Jerusalém, mata jovens, velhos, mulheres e crianças, chegando a 80.000 o número de mortos. Levou 40 mil cativos e vendeu outro tanto como escravos. Os dois anos seguintes foram de desolação e hu­milhação. Em seguida começaram novas atrocidades. Chega da Síria um exército de mais de 20.000 homens, e, num sábado quando o povo em obediência à Lei adorava a Deus, o exército de Antíoco, comandado por Apolônio, lan­çou-se sobre os indefesos judeus e houve então um dos maiores massacres da História, Jerusalém foi incendiada. Antíoco decretou como religião oficial dos judeus o paga­nismo grego, obrigando-os a observá-la.
O início da revolta dos Macabeus, 167 a.C.
Ardia no peito dos judeus o sentimento de revolta. A perseguição religiosa atingia agora todo o país. O senti­mento patriótico toma conta do povo. Falta apenas um líder para dar o grito de revolta. Todos estavam em torno de um mesmo ideal - independência. O velho sacerdote Matatias, que vivia em Modim (entre Jope e Jerusalém), foi o herói que deu o brado de guerra e desfraldou a bandei­ra da revolta. Tinha ele cinco filhos, todos valorosos: JOÃO, SIMÃO, JUDAS, ELEAZAR, JÔNATAS. Eram fariseus verdadeiros. O velho sacerdote dirigiu a luta com muita bravura, obtendo sempre vitórias. Morreu no mes­mo ano da revolta: 167.
Trataremos agora dos cinco irmãos Macabeus, indivi­dualmente. A Palestina experimentou independência sob eles por 100 anos.
• JUDAS. 166-161. Ao falecer o velho pai, Judas assu­miu a direção da luta. A vitória continuou com os judeus. Ainda em 167, Judas retomou Jerusalém e começou a re­parar o templo. As batalhas continuaram. Os judeus saíam sempre vitoriosos. Em 25 do mês de Quisleu (nosso de­zembro) de 165 a.C, Judas rededicou o templo com uma grande festa denominada "Festa da Dedicação", a qual continuou sendo comemorada pelas gerações através dos tempos. O Senhor Jesus esteve presente a uma dessas fes­tas (Jo 10.22,23). Judas fez aliança com Roma, o que mais tarde foi muito útil para os judeus. Antíoco morreu em 164, mas a Síria continuou lutando. Judas prosseguiu dan­do combate aos sírios. Foi um guerreiro de admirável gênio militar. Morreu em combate em 161.
• ELEAZAR. Morreu em combate antes de 161 a.C.
• JÔNATAS. 161-142. Foi também guerreiro notável, conduzindo o exército de vitória em vitória. Morreu numa traição urdida por um pretenso amigo seu, um general sírio, em 142. Foi ele o primeiro judeu a exercer as funções de rei e sacerdote a um só tempo.
• JOÃO. Morreu antes de Jônatas.
• SIMÃO. 142-134. É o último Macabeu sobrevivente. Morreu à traição em 134. Consolida a vitória e é feito por seus compatriotas governador e sumo sacerdote. A Síria continuou atacando.
Agora, os governantes que se seguem são também des­cendentes dos Macabeus.
• JOÃO HIRCANO. 134-104. Era filho de Simão. Hir-cano cercou e destruiu a cidade de Samaria, arrasando o templo dos samaritanos, construído sobre o monte Geri-zim, por permissão de Alexandre, o Grande, quando impe­rador. Isso ocorreu no ano 128 a.C. Os idumeus, que habi­tavam ao sul da Palestina, também atormentavam cons­tantemente os judeus. Hircano os conquistou e fê-los acei­tar a religião judaica. Isto não os transformou em verdadeiros judeus, como veremos mais adiante. No ano 109 é mencionado o Sinédrio. Hircano morre em 104. Nesse tem­po a divisão política da Palestina era: JUDÉIA, SAMA­RIA, GALILEIA, IDUMÉIA, PERÉIA.

• ARISTÚBULO I. 104-103. Era filho de João Hircano I. Morreu em 103. No seu breve governo, conquistou a Itu-réia e outras regiões a leste do Jordão. Enfermidade foi a causa de sua morte. Ele usurpara o trono à sua mãe, a quem Hircano deixara no governo.
• ALEXANDRE JANEU. 103-76. Era irmão de Aristó-bulo I. Obteve várias conquistas visando alargar as frontei-jas da Palestina. Cometeu vários desmandos. Houve tu­multos internos, verdadeira guerra civil, devido aos des­mandos de Janeu.
• ALEXANDRA. 76-67. Fora esposa de Aristóbulo I. Após a morte deste, casou com Alexandre Janeu. Morto Alexandre, ela ascendeu ao trono. Seu reino foi pacífico e próspero.
• ARISTÚBULO II. 67-63 a.C. Foi o último rei do período independente. Era filho de Alexandre Janeu. Ti­nha um irmão chamado Hircano II, mais velho que ele. Alexandra, ao morrer, deixou a coroa a seu filho mais ve­lho: Hircano II. Todavia, Aristóbulo II, sendo mais novo, usurpou o poder pelas armas. Hircano deixou o governo pacificamente.
À esta altura, entra em cena o aventureiro ANTÍPA-TER, governador militar da Iduméia, constituído por Ale­xandre Janeu. Antípater não era judeu, e sim idumeu. Lembremo-nos de que a Iduméia fora subjugada por Hir­cano I. Antípater instigou Hircano II a vingar-se de seu ir­mão Aristóbulo II. Resultado: Hircano foi a Nabatéia, na Arábia, e junto ao rei Aretas obteve um exército para lutar contra Aristóbulo. Irrompe a guerra civil. O exército roma­no encontra-se em operações em Damasco, conquistando nações. Tanto Aristóbulo como Hircano enviam emissários ao exército romano. Pompeu, o general romano, intervém. Corria o ano 63 a.C. Captura a cidade de Jerusalém e en­trega o poder a Hircano II. (Recordemo-nos de que Judas Macabeu fizera aliança com Roma.) Mesmo assim, Antípater continuou instigando e orientando Hircano II para o prosseguimento da luta.
Portanto, a partir de 63 a.C, a Palestina passa ao domínio romano, fazendo parte da província romana da Síria, ficando a sede da província neste último país.
d. A Palestina sob o domínio romano: 63 a.C, em dian­te
Como já vimos na letra "c", Roma ocupou a Palestina em 63 a.C.

Nesse ano Pompeu arrebatou o poder das mãos de Aristóbulo II e entregou-o a Hircano II, que fora despo­jado por Aristóbulo. Este e seus dois filhos (Alexandre I e Antígono II) foram levados cativos a Roma. Tempos de­pois, pai e filho (Aristóbulo II e Alexandre I) foram mortos em circunstâncias e ocasiões diferentes, sobrevivendo ape­nas Antígono II. Alexandre I deixara dois filhos: Aristóbulo III e Mariana, a qual mais tarde foi esposa da fera chama­da Herodes o Grande, filho de Antípater, o idumeu pertur­bador, de que estamos falando.
Veremos agora a lista dos governantes da Palestim du­rante o período romano, partindo do ano 63 a.C. até o iní­cio da Era Cristã.
• HIRCANO II. 63-40 a.C. Já falamos desse homem na letra "c". Hircano começou a governar a Palestina por de­legação de Pompeu, o general romano. Em 47 a.C, César nomeia Hircano II etnarca da Judéia. Todavia, Hircano era um rei apenas titular; quem de fato o dirigia em tudo era o idumeu Antípater. Ainda em 47 a.C, César nomeia Antípater como Procurador Geral da Judéia, isto é, encar­regado do fisco, como reconhecimento aos seus serviços, pois Antípater auxiliara César na campanha deste contra o Egito, fornecendo tropas a Pompeu, o general de César. César nomeia também Herodes, filho de Antípater, Gover­nador da Galiléia. Após a morte de César, em 44 a.C, Antípater morre envenenado por um cortesão de Hircano II.
Herodes governava a Galiléia, mas se imiscuía em toda a vida do país, urdindo intrigas e perfídias com a conivên­cia do próprio pai que era Procurador Geral da Judéia. Vendo Herodes o antagonismo dos judeus devido ao seu modo de proceder arbitrário, abusivo e ditatorial, procura abrandá-los, noivando com Mariana, neta de Hircano II. (Era filha de Alexandre I; irmã de Aristóbulo III). Herodes já era casado com uma filha do rei Aretas, de Nabatéia. Ele, com isso, visava galgar a todo custo o trono de toda a
• ANTÍGONO II. 40-37 a.C. Por volta do ano 40, a Síria rebelou-se contra o domínio romano, auxiliada pelos poderosos partos. Em seguida, partos e sírios atacaram e saquearam a Palestina. Antígono buscava vingar a morte de seu pai Aristóbulo II e seu irmão Alexandre II, como já descrevemos. Com a ajuda dos partos e sírios ele marcha sobre Jerusalém.

Herodes, governador da Galiléia, mas que se intrometia na vida de todo o país, foge para Roma. Antígono apodera-se de Jerusalém, destrona Hircano II e governa de 40-37 a.C. Hircano é levado cativo pelos partos. Tempos depois volta. Herodes chega a Roma. Perante o Senado e os triúnviros consegue ser nomeado rei da Judéia no mesmo ano - 40 a.C. O exército romano ataca os invaso­res de Jerusalém, partos e sírios. Herodes regressa à Pales­tina, procura ganhar o favor dos judeus e casa-se com Ma­riana, como já fizemos menção. Herodes, auxiliado pelas tropas romanas que acabavam de vencer os partos, sitia Jerusalém. Os soldados romanos tomam a cidade de assal­to e fazem grande matança. Antígono é destronado e en­viado a Roma, onde é morto por instigação de Herodes. As­sim, Herodes apodera-se do trono da Palestina.
• HERODES O GRANDE. 37-4 a.C. Herodes, como já vimos, governava a Galiléia, mas sua ambição era o trono do país todo, o que conseguiu mediante esperteza e astú-cia. Diz Watson mui sabiamente: "Herodes era idumeu por nascimento, judeu por profissão, romano por necessi­dade, e grego por cultura". Praticou o paganismo grego. Uma vez no trono, mandou matar todos os partidários de Antígono e os membros do Sinédrio. Em certos detalhes, foi um segundo Epifânio. Do seu casamento com Mariana, nasceram dois filhos: Alexandre II e Aristóbulo IV. Temen­do conspiração do remanescente hasmoneano, Herodes, tendo já ocasionado a morte de Antígono, mandou matar o sumo sacerdote Aristóbulo III, irmão de Mariana. Matou também o velho Hircano II, tio de Mariana.
A esta altura, Herodes ganha o favor de Otávio. (Otá­vio é o César mencionado em Lc 2.1, que reinou de 31 a.C. a 14 d.C.) Otávio dirigia-se para a campanha do Egito, quando Herodes foi encontrá-lo em Ptolemaida, levando suprimentos para suas tropas. Otávio derrotara Antônio em Ácio (31 a.C), e este fugira para o Egito com Cleópatra VII, sua amante.
A Palestina estava agora dividida em 6 distritos: JU-DÉIA, SAMARIA, IDUMÉIA, GALILÉIA, PERÉIA, ITU-REIA. Herodes continuou a molestar os judeus. Dando ou­vido a denúncias falsas, manda matar sua esposa favorita, Mariana, em 20 a.C. Este foi um crime aterrador. Teve ao todo 10 esposas.
Também mandou matar a mãe de Maria­na: Alexandra. Matou certa vez 10 zelotes. Outra vez man­dou matar 45 judeus porque quebraram uma asa de uma á-guia de prata do seu palácio. Matou muitos outros. Foi grande administrador. Reconstruiu Jerusalém, seus muros e edifícios. Construiu palácios, inclusive o Forte Antônia, na área Noroeste do templo.
O ódio dos judeus aumentava contra Herodes. Para evitar que os judeus apelassem para César, prometeu-lhes um novo templo, o qual foi iniciado em 19 a.C. e concluído em 64 d.C. Foi o templo conhecido pelo Senhor Jesus.
Toda a Palestina beneficiou-se com a administração herodiana. Reconstruiu a cidade de Samaria com o nome de Sebasta (palavra grega equivalente a augusta, em alu­são a César). Procurava ele assim relevar seus crimes. Te­mendo sempre conspiração contra o trono, mantinha uma prisão de torturas. Era desconfiado de todos e extrema­mente ciumento. Não se sabe quantos morreram naquela prisão. Seus dois filhos - Alexandre II e Aristóbulo IV estu­daram em Roma. Temendo conspiração dos dois, mandou matá-los. Morreram assim, os últimos descendentes dos Macabeus. Tinha Herodes, pela força, imposto a paz. Es­tava agora muito velho. O remorso o persegue.
Chega o ano 5 a.C. - o ano do nascimento do Senhor Je­sus. Desde 10 anos antes, há paz na Palestina. No mesmo ano 5 a.C. é descoberta uma conspiração por parte de seu irmão Féroras e seu filho Antípater, filho de Dóris, outra esposa. Féroras é morto. Enquanto corre o processo para a morte de Antípater, chegam a Jerusalém uns magos vindo do Oriente, e perguntando: "Onde está aquele que é nasci­do rei dos judeus?" (Mt 2.1,2). Herodes, que como já vi­mos, vivia atormentado pelo fantasma da conspiração, so­freu grande perturbação (Mt 2.3). Fingidamente, desejou adorar o recém-nascido, que era o Messias prometido nas profecias do Antigo Testamento. Deus via o seu plano ma­ligno e guiou os magos a regressarem por outro caminho. Herodes, vendo seus planos desfeitos, ordena matança dos inocentes de Belém. Matar já era coisa natural para ele. Deus então conduz José, Maria e o menino ao Egito, cum-prindo-se, assim, as profecias (Os 11.1).

No ano seguinte - 4 a.C. - morre Herodes de terrível en­fermidade em Jerico. Determina grande massacre para o dia da sua morte, para que haja muito pranto. Felizmente tal plano não foi cumprido.
Apesar de suas crueldades, Herodes contribuiu para o bem noutros sentidos. Todos o reconhecem como grande administrador. Possuía muita tenacidade. Liquidou com o banditismo no país, isso desde quando governou a Galiléia. Nesse particular, ele entrava em choque com o Sinédrio, porque não dependia do processo formal daquela corte para matar bandidos. Proscreveu os hasmoneus. Estes, após o último macabeu (Simão), enveredaram pelo cami­nho das intrigas, vinganças, lutas políticas, deixando em segundo plano o ideal de liberdade e independência do jugo estrangeiro. Se tais coisas prevalecessem, seriam um estorvo à vinda e ministério do Senhor Jesus Cristo.
Breve nota sobre o Império Romano
A cidade-reino de Roma foi fundada em 753 a.C, na re­gião do Lácio, Itália, donde o vocábulo "latim". Em 509 passou de reino a república, tendo assim nova forma de go­verno, e, necessariamente, novos cargos e funções tais quais aparecem através do Novo Testamento. Dois séculos antes de Jesus nascer, Roma iniciou sua fase de suprema­cia sobre os diversos povos de então. Assim submeteu a Itália (266 a.C), Espanha e Portugal (201 a.C), Mesopo-tâmia (195), Macedônia e Grécia (168), Cartago, na África (146), Ásia Menor (133), Inglaterra (54, invasão; 42, conquista) Síria (64, mas a penetração começou em 190 a.C). Norte e Centro da Europa (58-50) etc.
Em 31 a.C, surge o Império. Otávio é o primeiro impe­rador universal. Era sobrinho de Júlio César, que fora um grande general, conquistador e por último ditador de 46-44 a.C. Em 44 foi Júlio assassinado em pleno Senado Roma­no, por seu filho adotivo Júnio Bruto. Otávio reinou de 31 a.C. a 14 d.C. O Senhor Jesus nasceu quando ele dominava o mundo todo. Ele podia de fato determinar que "todo o mundo" fosse recenseado (Lc 2.1). Otávio aparece no texto bíblico como "César Augusto". "César" era o nome de família. "Augusto" foi-lhe conferido pelo Senado; eqüivale a "sublime". Seu nome completo era CAIO JÚLIO CÉ­SAR OTÁVIO. Ele concluiu as conquistas do Império. Pa­cificou o mundo pelas armas.
Manteve exércitos por toda parte.
O latim era a língua da metrópole e das tropas roma­nas. O grego era falado nos meios culturais do império. O aramaico era a língua materna da liturgia. O império abre grandes estradas para uso de suas legiões e intercâmbio em geral. As estradas logo depois seriam utilizadas pelos pre-goeiros do Evangelho. Dez anos antes de Jesus nascer, as portas do templo de Jano são fechadas, indicando paz. Quando Jesus nasceu, portanto, reinava paz em todo o mundo. Chegara a plenitude dos tempos, conforme diz a Escritura em Gálatas 4.4. É a "Pax Romana" da História.
Nas condições acima descritas, estando tudo preparado por Deus, nasce em Belém o Messias prometido.
Breve Nota sobre os judeus até os nossos dias
Após a morte de Herodes o Grande, no ano 750 AUC ou 4 a.C, seu reino foi dividido entre três de seus filhos, as­sim.
• HERODES ARQUELAU governou a Judéia, a Sa-maria e a Iduméia. É citado em Mateus 2.22.
• HERODES ANTIPAS governou a Peréia e a Gali-léia. A Peréia desse tempo não era todo o território a leste do Jordão. É citado em Lucas 3.1. Mandou decapitar João Batista. Escarneceu de Jesus na sua Paixão (Lc 23.6-12).
• HERODES FELIPE II governou a Ituréia, que in­cluía os territórios de Traconites, Gaulanites e Auranites.
É citado em Lucas 3.1. [Felipe I não teve reino. É citado em Mateus 14.3. Foi o primeiro marido de Herodias, que o abandonou para casar com seu cunhado, Herodes Antipas (Mt 14.3).]
Arquelau foi deposto em 6 d.C. e daí até o ano 41 d.C. sua região (Judéia, Samaria e Iduméia) passou a ser gover­nada por oficiais romanos chamados procuradores, nomea­dos diretamente pelo Imperador romano. Durante o minis­tério e Paixão do Senhor Jesus, era procurador da região que fora governada por Arquelau, Pôncio Pilatos, de 2 a 36 d.C.
Herodes Antipas governou a Galiléia e a Peréia até o ano 39 d.C. Depois, seu território passou ao governo de He­rodes Agripa I, mencionado em Atos 12. Era neto de Hero­des o Grande.

Herodes Felipe II governou a Ituréia até o ano 34. De­pois, seu território passou para Herodes Agripa I.
De 41-44 d.C. toda a Palestina teve como rei Herodes Agripa I. Sua morte horrível aparece em Atos 12.
De 44-46, os distritos da Judéia, Samaria e Iduméia passaram a ter novamente procuradores romanos. A má administração destes e o espírito de revolta dos judeus, no-tadamente dos zelotes, foram conduzindo a nação a uma revolta generalizada. Os outros distritos foram governados por Herodes Agripa II, filho do anterior. Agripa II é men­cionado em Atos 25.
De 66-70 d.C. teve lugar a revolta contra os romanos e a guerra que se seguiu. O César de então era Nero, que esco­lheu seu mais hábil general para sufocar a rebelião. Em 66, quando começou a insurreição, o legado romano da Síria -Céstio Galo - atacou Jerusalém com 40.000 soldados, mas o ataque foi tão violentamente repelido que Galo teve de retirar-se para Cesaréia, perdendo 6.000 homens.
No dia da Páscoa do ano 70 d.C, Tito surge com seu exército de 50.000 homens diante dos muros de Jerusalém. Após cinco meses de assédio, os muros foram derribados, o templo incendiado e a cidade assolada. Mais de 1.000.000 foram mortos, além de 95.000 levados cativos. Foi a queda final do judaísmo. O exército romano recolheu-se a Cesa­réia.
Em 132-135 d.C, houve outra revolta dos judeus contra os romanos. Desta vez o Estado Judaico foi destruído pela raiz. O líder da revolta foi Bar Cocheba. Foi homem de grande coragem e capacidade militar. Na revolta, ele apo­derou-se da cidade e tentou reconstruir o templo. A revolta foi sufocada pelo exército romano. O número de judeus mortos subiu a 580.000. O país ficou arrasado. Os judeus foram expulsos da Palestina e proibidos de entrar em Jeru­salém, sob pena de morte. A cidade teve seu nome muda­do. Erigiu-se um templo a Júpiter no local do antigo tem­plo dos judeus.
A rebelião sob o comando de Bar Cocheba foi a última tentativa heróica dos judeus, até os tempos modernos, para reconquistarem a independência nacional. Desde essa época (135 d.C.) até 1948, os judeus não tiveram pá­tria. Andaram errantes por toda parte da terra. Todos po­diam mandar na Palestina, menos os judeus.
Em 14 de maio de 1948, renasceu o Estado de Israel, segundo as pro­messas das escrituras e pela iminência da volta de Jesus, e o retorno dos judeus em escala sempre crescente começou. Assim, o passado de Israel é assunto mui impressionante, mas seu futuro é mais comovente ainda. As ruínas de Jeru­salém não permanecerão para sempre. Israel restaurado, com seu templo e sua cidade de Jerusalém, com suas rou­pagens formosas (Is 52.1), deve ser a nossa meditação constante. O nosso maior anelo deve ser o dia quando Cris­to puser seus pés reluzentes sobre o monte das Oliveiras (Zc 14.4), quando todo o Israel dirá "Bendito o que vem em nome do Senhor!" (Mt 23.39).
É oportuno acrescentar que três civilizações achavam-se na Palestina nos tempos do Novo Testamento: a) A Gre­ga, representando a cultura e o saber; b) A Romana, repre­sentando a lei e o poder; c) A Judaica, representando a re­ligião e a justiça.

III. A ÉPOCA DO CRISTIANISMO

É a história da Igreja propriamente dita. Constitui ma­téria à parte; por isso não é estudada aqui. Citamo-la ape­nas como parte da estrutura do capítulo em estudo. A Época do Cristianismo começa com o nascimento do Senhor Jesus, no ano 5 a.C. (correspondente mais ou menos ao 749 AUC), e estende-se paralelamente ao texto bíblico até os últimos dias de João o apóstolo. (Cerca de 100 d.C. e, fora dele [do texto bíblico] até os tempos atuais.)
Nenhum crente deveria ignorar os lances impressio­nantes e portentosos desta maravilhosa história. É im­possível entender as condições atuais de toda a cristanda-de sem conhecer a história da Igreja.
A Época do Cristianismo nos dias do Novo Testamento tem três períodos:
1. O Período da Vida de Cristo. (Visto nos Evangelhos.)
2. O Período da Igreja em Jerusalém. (Visto em Atos até o cap. 12.)
1. O Período da Igreja Missionária. (Visto em Atos, cap. 13 em diante, e Epístolas.)


Após os dias do Novo Testamento. A Época do Cristia­nismo pode ser estudada dentro dos quatro períodos da história secular:
1. O Período Romano, até a queda de Roma (476 d.C.)
2. O Período Medieval, da queda de Roma, ao fim do império Romano do Oriente (476-1453 d.C.)
3. O Período Moderno, do fim do Império Romano do Oriente à Revolução Francesa (1453-1789 d.C.)
4. O Período Contemporâneo, de 1789 aos nossos dias. Com seus títulos descritivos, veja abaixo os capítulos mais importantes da História Bíblica do povo de Deus:

I. ÉPOCA PRÊ-ABRAÂMICA
1. Período Antediluuiano
Gn 1 A Criação em Geral
Gn 2 A Criação do Homem
2. Período do Dilúvio a Abraão
Gn 6-8 O Dilúvio
Gn 9 O Pacto com Noé

II. ÉPOCA DE ISRAEL 1. Período Patriarcal
Gn 12 A Chamada de Abraão e Fundação da Nação Israelita
Gn 19 A Destruição de Sodoma e Gomorra
Gn 21 O Nascimento de Isaque
Gn 29,30 O Nascimento dos Doze Patriarcas
Gn 41 José - Vice-rei do Egito
Gn 46 A Emigração de Israel para o Egito
2. Período de Israel no Egito
Êx 2 O Nascimento de Moisés Êx 3 A Chamada de Moisés
3. Período de Israel no Deserto
Êx 12 A Instituição da Páscoa e o Início da Peregri­nação
Êx 14 A Passagem Pelo mar Vermelho
Êx 17 A Rocha Ferida
Êx 20 Os Dez Mandamentos
Êx 25 A Construção do Tabernáculo
Êx 28 A Escolha de Arão
Lv 1-5 A Instituição dos Cinco Grandes Sacrifícios
Lv 23 A Instituição das Sete Festas Religiosas
Nm 3 A Escolha da Tribo de Levi
Nm 11 O Reinicio da Peregrinação
Nm 13,14 Espias e Murmuradores
Nm 21 A Serpente de Metal
Nm 33 Os Acampamentos de Israel
Dt 31 Josué Sucede a Moisés
Dt 34 A Morte de Moisés
4. Período da Conquista de Canaã
Js 3 A Passagem do Rio Jordão Js 6 Destruição de Jerico
Js 10 Sol e Lua Parados
Js 11 Josué Vence Vários Reis
Js 12-21 Divisão de Canaã Pelas Tribos
5. Período dos Juizes
Jz 1 Novas Conquistas Pelas Tribos
Jz 13-16 A Atuação de Sansão
Rt 1-4 O Casamento de Boaz com
Rute 1 Sm 1 O Nascimento de Samuel
6. Período da Monarquia
1 Sm 10 Saul - Primeiro Rei de Israel
1 Sm 16 Davi Ungido Rei
1 Sm 17 Davi Mata o Gigante
2 Sm 5 Davi Constituído Rei de Todo Israel
2 Sm 8 A Expansão do Reino de Israel
1 Cr 23-26 O Serviço dos Levitas
1 Rs 2 Salomão Rei de Israel
1 Rs 4 A Extensão do Reino de Salomão
1 Rs 6-8 A Construção do Templo
7. Período do Reino Dividido
1 Rs 12 A Divisão do Reino
1 Rs 17,18 O Ministério de Elias
2 Rs 2 O Ministério de Eliseu
2 Rs 18 O Avivamento sob Ezequias
2 Rs 20 O Milagre do Recuo do Tempo
2 Rs 22 O Avivamento sob Josias
2 Cr 17-20 O Reinado de Josafá
Zc 7.7 O Ministério dos Profetas (Jl – Ml)

8. Período do Cativeiro e Restauração
2 Rs 25; Jr 52 Destruição de Jerusalém
Ed 1 O Retorno dos Judeus
Ed 3 A Reconstrução do Templo
Ne 3 A Reconstrução dos Muros de Jerusalém
Ne 8,9 O Avivamento sob Esdras
Et 8,9 O Livramento dos Judeus
Dn 2 Os Quatro Últimos Impérios Mundiais
Dn 3 Os Três Jovens Salvos na Fornalha
Dn 6 Daniel Na Cova dos Leões
Dn 7-12 O Futuro da Nação Israelita
9. Período Interbíblico (Dn 8.11)

III. ÉPOCA DO CRISTIANISMO
1. Período da Vida de Cristo
Mt 1; Lc 2 O Nascimento de Jesus
Mt 3 O Ministério de João Batista
Mt 4.23; Lc 4.14-19; Jo 21.25; At 10.38 - Ministério de Jesus
Mt 27,28 A Morte e Ressurreição de Jesus
Mt 28.18-20; Mc 16.15-18; At 1.8 - A Comissão de Jesus à Igreja
Lc 24.50,51; At 1.9-11 - A Ascensão de Jesus
2. Período da Igreja em Jerusalém
At 2.1-13 O Batismo com o Espírito Santo
At 2.14-47 A Conversão dos Judeus
At 8 A Conversão de Samaritanos
At 10 A Conversão de Gentios 3. Período da Igreja Missionária
At 13 Missões
At 15 O Primeiro Concilio da Igreja
At 16 O Evangelho na Europa
At 28 O Evangelho em Roma
2 Pe 3.15 Epístolas escritas
Rm 15.19,24,28 O Evangelho no Mundo Conhecido
Ap 1.9,10; 4.1,2 - A Visão do Futuro da Igreja
QUE MARAVILHA!!!!